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| Poesias-->Andarilho da Lua -- 23/12/2004 - 08:11 (José Ernesto Kappel) |
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Sou parte da metade,
meio inteiro por partes,
sou andarilho corriqueiro
e não sou de carregar bandeiras.
Se arde, coloca a cura.
Se perco, chamo pelo devasso.
Sé caminha puro é relevado.
Mas olha prá trás prá descobrir
o que não vem.
Se é floresta tem sombra,
se é deserto, procuro a adega
dos mosteiros que pendem
aos ilhéus.
Se é pendular, fica convexo.
Nada mais atrai. Nem a atenção
dos senhores da terra e
das senhoras com outras pretenções.
Cura tem. é só sair de si mesmo,
voando igual bala sem jaça.
Cura tem, mas preciso é se sujeitar
ao princípio da coisa:
ser portátil e não ser volátil,
ter condizente e alar de parafina
os alados !
Se dói, dói na carne
-carne feita de ardida para
machucar.
Se não sente o pão,
não sente a vida,
se é arguto,
passeia com azedos
roliços e amargos da vida.
Se tudo é assim
parto do princípio
que a coisa começa
devagarinho
e vai matando enquanto
você ainda procura
dentro si mesmo -
o andarilho
vagante.
O próximo é meu:
do andarilho que espera
um dia, um dia só,
ser o que nunca foi
e sonhar amargo pelo
que tentou ser. |
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