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Poesias-->Comida de Mendigos -- 20/12/2004 - 09:37 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quero isso, quero aquilo,

sou agora comida de mendigos!



Sou afoito,

guerreiro,

e homem sem pátria

e sem ninguém, de dois pares!



Sou correcional e inreligioso

sou avestruz de penas largas,

sou tirolês,

sem montanhas

e sem esperanças.



Tenho poucos amigos

e duas dúzias de inimigos

E todos me chamam de

passageiro.Homem vicinal.



Mas quero isso, quero aquilo,

quero um copo d água com aguardente

quero uma família prá ficar!



Agora vejam só: o Natal tá chegando,

ou já passou - minha embriaguês é pouco

sóbria e sem sexo.



E vejam vocês o Natal tá chegando

e eu não tenho a quem prá proximar

nem prá dizimar!



E dizem - só comprando!

porque de livre vontade ninguém vem.



Compro sim uma caixa de champanha e

um engradado de mulheres bem pagas.

Daquelas que saem do bolo!

E faço meu Natal bem comprado!



Ninguém prá dar ninguém prá receber.

Mas porque inventaram o Natal?

Se nada posso dar, nem me precaver?



Sou pena vazia

escrivão sem cautelas.



E quando estiver todo mundo a festejar

Estou eu lá a chorar!



Perdi tudo:

dois pares de sapato,

um manual de prontidão,

um chinelo de cor marfim!

um corrimão de cedro

e um chapéu de velho!



Perdi até ela

que nada tinha com a história

mas entrou, sem quer, ventre adentro!



Foi só abrir a porta

e ela entrou

ficou dois minutos

Viu que não tinha Natal

e da mesma maneira se foi.



E elevou parte de mim!

Mas também era tudo pago!

De pouco valia tinha,

Até para o mestre das águas!



Hoje, sozinho, lembro pouco do

que restou de mim!

Mas o que restou?



Minha pouca sobriedade

não me deixa pensar !



Uma viagem ao Texas?

-Pouco me lembro!



Hoje, sozinho,

sou comida de mendigos

sou forte a foito,

torto e descabido

vivo de bar e bar

a procura do Natal e sua gente.



Nada encontro, senão penas e lembranças.

Mas disso não quero lembrar

E não tenho o que mais pestanejar.



Mas na noite de Natal, juro eu,

Sou sentar, de manhãzinha, no primeiro

bar aberto!



Vou sentar e pedir dois aguardentes e um copo d água

sentar lá o dia inteiro

e escrever um poema.



Já tenho até o nome -

pois tenho um caneta Bic -

de pena leve -

Mas de nome será:

comida dos mendigos!



Avê eu, avê tu

A vida comeu

o que da vida sobrou

e eu a mim,

só de tentar,me derrubou!



**********************



* Se me escondo, me acham.; se me acham trazem em bolsas flapos e solidão. Se sou fruta-doce, sou comida de mendigos. Uma festa no sozinho é uma parte dela. O que ficou, ficou para atrás. O que está presente são lembranças, fáceis de lembrar, rútilas para chorar. Não faço por menos, sou guerreiro de duas flechas. Uma para saudar os nobres, outra para guardar eternidades.Se sou guerreiro, minha tenda velha ficou. E se vivo sozinho é porque no castelo de milagres estão esgotadas as entradas e as portas estão cerradas. Se ofereço, me negam. Se me compram, compram os mendigos. Ah! os mendigos!Já sou comida de mendigos!

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