Vou sentar e pedir dois aguardentes e um copo d água
sentar lá o dia inteiro
e escrever um poema.
Já tenho até o nome -
pois tenho um caneta Bic -
de pena leve -
Mas de nome será:
comida dos mendigos!
Avê eu, avê tu
A vida comeu
o que da vida sobrou
e eu a mim,
só de tentar,me derrubou!
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* Se me escondo, me acham.; se me acham trazem em bolsas flapos e solidão. Se sou fruta-doce, sou comida de mendigos. Uma festa no sozinho é uma parte dela. O que ficou, ficou para atrás. O que está presente são lembranças, fáceis de lembrar, rútilas para chorar. Não faço por menos, sou guerreiro de duas flechas. Uma para saudar os nobres, outra para guardar eternidades.Se sou guerreiro, minha tenda velha ficou. E se vivo sozinho é porque no castelo de milagres estão esgotadas as entradas e as portas estão cerradas. Se ofereço, me negam. Se me compram, compram os mendigos. Ah! os mendigos!Já sou comida de mendigos!