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Poesias-->Condizente e Pacífico -- 20/12/2004 - 09:28 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou condizente e pacífico

tenho dois patrões,

um cavalo e um patamar.;

não sou rico pois me falta a

beira-mar.

Tenho lá minhas angústias,

mas todos já se reuniram,

e disseram: isso é coisa

passageira - coisa de bonde

andando.

Mas não é. Os bondes passam

e as angústias de canseiras dos outros

voam pro meus lábios e

eu só sei susurrar - socorro.!

E não falo só pelo povo

deste tenho gosto:

adoram quebrar, com raiva,

suas próprias coisas

quando entram em rebelião

e formam aquela multidão.

- E ficam aqueles soldados lá,

cheios de cães.

Já disse que sou pacífico,

mas não contemplativo.Sou ativo,

dono de duas mulheres:

uma, que me põe na cama

quando, de bêbado esbaforido,

espanto até os animais.; e, outra,

- preventiva - rezadeira de almas,

que já jurou que vai

chorar como nunca no meu enterro.

Sou grato, por isso.

Tenho também a graça de ser

o que sempre quis:

o pacificador das horas alheias.

Todos que tem problemas

- geralmente sexuais

e assim facilmente solúveis -,

me procuram mostrando

os dentes.

E levo minha vida assim.;

gosto de alho ardente,

mas dente não tiro!

gosto de azeite popular

pois me dá um ar angular.

E me levo assim.

Um dia, um dia destes,

ainda vou perguntar alguém

estudioso do povo,

das almas alheias,

o cultivador dos pecados

de cada segundo,

vou lá eu perguntar:

Meu Deus, meu Deus,

prá que eu

fui nascer?

Se nem ao menos sei crescer!

Mas uma coisa herdei e sei fazer:

só peno a sofrer !



************



Vale a pena ser

tentado

por todas coisas

e, como toda tem seu senão,

fico por quase todas.

Já fui tentando por espinhos

doces na minha infância que me viam

sobraceiro como

um boneco vivo.;

já fui trocado por

brinquedos que até hoje

sonho com eles,

mas em troca tinha

que desaparecer do que

era para ser o

que alguns queriam.

Faltava pão, dá-lhe o cão!

Fui tentanto a vida toda

e, em todas cedi.

Não que seja cultivador

dos milagres, mas sempre

ansiava por um

que me fizesse dono demais

de mim e não

precisasse entrar na

fila que era sem fim, um retão!

Que culpa tenho

que os céus assim quiseram?

Cada um nasce predestinado.

A minha foi ser sem clase

e perder toda minha arte.

Hoje,já velho e dolorido,

pergunto prá mim mesmo.

Se não fosse eu, quem seria.

Na terra eles não escolhem

por bondade.

Fazem dos outros um kit de

segurança para suas

abolições,

principalmente na rua Camarindo,

onda morava e virei

sol para uns,

lua para outros,

mas sempre

carregando uma mensagem:

morre enquanto é tempo

senão o mundo vai acabar,

num arranjo especial,

tocando a falsa do

desespero

prá você dançar.!

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