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Poesias-->Dedal de Avó -- 17/12/2004 - 09:39 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I) Vou bem longe,

mas não vou atrás.

Vou caminhar pros vales

de caminhos dourados

e esperar por você,

sua trilha de flores,

para coroar minha solidão,

tomando água com açúcar,

e, porque não?

um redondo copo de vinho

nascente, que desce igual

a um limão,

matando o que não vêm,

matando o que já trouxe.

Chorar, prá quê?

Se tudo alivia

no de repente,

já sem você !

II) Tropeço áspero no cimento,

foi feito prá isso:

pra cinzelar a memória

prá tampar o áspiro,

prá descontrolar o dengo.



Penso no passo que me espera,

- grosso aço, de feitura monjelar -

Mas que hoje me leva prá bem longe.



Prá lá no fundo

onde os espíritos congelam

e a mão ávida do pai

foi prá bem longe.



Acho que se procurar bem

vou até agora fazer isso:

por trás de cada estrela

há um pai descansando

e minha mãe tricotando !

III) Apresso o passo,

enquanto não me correm:

sou mal-visto

pelo povo que pensa -

e erram -

E digam lá:

até de humano

me chamam!



Tudo porque,

de belas em belas,

cavei minha sorte

e solidão,

igual a um belo vão.



Era ganhar mais e mais,

e perder todo dia,

sem saber, no pódio

de toda inocência,

que hoje é dia de

comemorar solidão !

IV) Não quero que digam

e vão dizer:

lá vai o monge de três

destinos, a procura

do sol, que morreu um dia

lá longe,

perto dos ribeirinhos.



Achar, agora é difícil,

só se você contar o tempo,

duas vezes prá trás!

V) Suavizo a voz prá ganhar sua paz.

Ela é feita de vários momentos, que temo penetrar.

Se minha vez é agora, não há porque temer.



Sou grato ao tempo por me fazer viver, e viver

diante da história que faz a gente, mas que conta depois.



Hoje ganho sua voz que me rodeia, tal catavento

e me leva para ganhar suas mãos e roçar seus lábios.



Se conto o tempo? Conto sim. ele faz da gente

pedaços de coisas que se espalham igual semente.



E, quando de volta.

Volta tarde. Pois de nesgo já perdi.

Perdi o início e o fim! Agora sou parte do meio.

E se no meio, fui feito para cinzelar

a dobra que tingela o cimento.



Nisso tudo fico eu.

Nisso fico de resto.

E nisso o tempo é sagaz.



De tudo leva. Até o farelo que faz a vida.

E vai lá e toma.



E quando leva perco os meus,

que são nossos,

que um dia foram vida,

mas agora são só morte,

prá nunca mais voltar !



VI) Sentado ao sopé

do vento norte,

receio de toda voz

que me anseia,

de toda pergunta

que me atormenta.



Conto no dedal

de minha avó,

as histórias

de bem-te-vi.



E, hoje, penetro na

mais incoerente história:

a vida é uma linha tão

curta,

que até dá medo

de nela viver irrisório,

sem colo de avó

prá sempre chorar!



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