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Poesias-->Sou Pago Assim -- 16/12/2004 - 09:07 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou pago isso, sou pago prá aquilo,

não sou vendedor,

nem comprador.;

mas me usam para comprar

tudo aquilo que reluz

e de impávido vira

grandioso.Mas tudo de grande azar!



Não sou homem de negócios,

nem permeio espíritos solitários e mancos,

nem me convém, como probo homem

sair vendendo e comprando por ai

como uma mata virgem,

cheia de flores, mas intocáveis,

por serem frágeis - e até românticas!Incrível!



E me pagam por isso,

me pagam por aquilo:

sou lavador de carros,

arbusto sem memória,

carregador de bolsas de ventre.;

obreiro de obras estancadas,

um homem puro e sincero,

mas varrido prá sempre da face da

dela,

por nada possuir,

apenas que se sabe vender e comprar

a bem saber, até uma aquarelas!

Mas que sempre erra!



Vou à feira,

faço doces,

limpo as cumieiras

lembro do tempo de garoto

que apenas chutava bola

e ninguém me chamava assim.;

me diziam ser ser alguém bom, mas que pelo mundo rola!



Hoje sou puro e gasto,

falido e comiserado,

parco e angustiado

com a vida,

mas não sou miserável!



Afinal não sei prá onde me levam.



Mas para qualquer lugar não quero ir.;

quero ficar

entre meus doces e anseios,

minhas panacéis de vinténs,

minha loucura já declarada

e

assinada

pelo doutor assistente

junto com o docente reinitente!



Por isso me fazem de

vendendor e comprador

com todo esse ardor!



Hoje, sinto por tudo.

Mas se já está escrito, escrito está.

Compro daqui, vendo de lá,

prá todos os senhores

enfastiados de suas senhoras e madames

que procuram o ouro do lado de meu mundo!



Mas logo no meu!



Cheio de carinho prá dar.

Mas louco fiquei

de tanto amar

e me perder, como anchovas

num mar de dor,

e cheios de reis

num mar doce de pavor

num doce pavor de medo!

Mas, puxa, que vida azeda!



********



* Não sei partir. Não fui criado no aprendizado de ir. Se vou é apenas para um lugar onde remoejam flores, onde bate o sol de verão e o arisco vento primaveril rebate nas folhagens e as fazem dançar.; assim como os pássaros que mais parecem dançar mais e mais em seu sopro mágico.

Mas cheguei a conclusão que não sei partir, mas devo ir. Deixar prá trás, o quê? Pedaços de retratos encardidos e rostos esmaecidos, que o tempo tratou bem de comer e criar vazios dentro do árido e do tosco.

Deixar prá trás o quê? Ela que nunca mais voltou? Deixar suas lembranças partidas de tanta emoção e muita gratidão, que faz vergar mastros e burilar ouro da terra!

Mas se perdi. Perdi eu. Ninguém está mais por perto, nem prá dizer. Vai bem, na trilha de certeza, onde o sol cativa mais.

Partir não vou. Mas me carrregam, que levem agora , igual a um luxuoso trem. Mas de vontade própria, não vou não.

Não conheço o lado de lá do meu lado. Não sei mas quem sou.; nem casa tenho, nem parentes postados de amor.

Mais nada tenho, mas partir,acho que não vou não.

Sou homem calado e de poucas vozes e se me deram uma insígnia de solidão e mutilado de dor, talvez eu resolva ir. Mas vou sozinho, pelo caminho vazio:

Ninguém prá ver, ninguém prá olhar. Ninguém prá sentir minha caminhada a procura dela.

Assim eu vou, contristo e absorto a procura da luz que me apagou, da vida que pobre prá morte foi e se arregaçou!
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