me diziam ser ser alguém bom, mas que pelo mundo rola!
Hoje sou puro e gasto,
falido e comiserado,
parco e angustiado
com a vida,
mas não sou miserável!
Afinal não sei prá onde me levam.
Mas para qualquer lugar não quero ir.;
quero ficar
entre meus doces e anseios,
minhas panacéis de vinténs,
minha loucura já declarada
e
assinada
pelo doutor assistente
junto com o docente reinitente!
Por isso me fazem de
vendendor e comprador
com todo esse ardor!
Hoje, sinto por tudo.
Mas se já está escrito, escrito está.
Compro daqui, vendo de lá,
prá todos os senhores
enfastiados de suas senhoras e madames
que procuram o ouro do lado de meu mundo!
Mas logo no meu!
Cheio de carinho prá dar.
Mas louco fiquei
de tanto amar
e me perder, como anchovas
num mar de dor,
e cheios de reis
num mar doce de pavor
num doce pavor de medo!
Mas, puxa, que vida azeda!
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* Não sei partir. Não fui criado no aprendizado de ir. Se vou é apenas para um lugar onde remoejam flores, onde bate o sol de verão e o arisco vento primaveril rebate nas folhagens e as fazem dançar.; assim como os pássaros que mais parecem dançar mais e mais em seu sopro mágico.
Mas cheguei a conclusão que não sei partir, mas devo ir. Deixar prá trás, o quê? Pedaços de retratos encardidos e rostos esmaecidos, que o tempo tratou bem de comer e criar vazios dentro do árido e do tosco.
Deixar prá trás o quê? Ela que nunca mais voltou? Deixar suas lembranças partidas de tanta emoção e muita gratidão, que faz vergar mastros e burilar ouro da terra!
Mas se perdi. Perdi eu. Ninguém está mais por perto, nem prá dizer. Vai bem, na trilha de certeza, onde o sol cativa mais.
Partir não vou. Mas me carrregam, que levem agora , igual a um luxuoso trem. Mas de vontade própria, não vou não.
Não conheço o lado de lá do meu lado. Não sei mas quem sou.; nem casa tenho, nem parentes postados de amor.
Mais nada tenho, mas partir,acho que não vou não.
Sou homem calado e de poucas vozes e se me deram uma insígnia de solidão e mutilado de dor, talvez eu resolva ir. Mas vou sozinho, pelo caminho vazio:
Ninguém prá ver, ninguém prá olhar. Ninguém prá sentir minha caminhada a procura dela.
Assim eu vou, contristo e absorto a procura da luz que me apagou, da vida que pobre prá morte foi e se arregaçou!