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Poesias-->A CADEIRA -- 15/11/2000 - 02:15 (Marina Maria Sátiro Bezerra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
À minha querida voinha netinha.



Ela fica ali, parada, parece que está pensando. Quem disse que este ser inanimado não pensa? Deve estar com saudades. Saudades do balançado, daquele peso que não possui mais. Nunca pensei que uma cadeira fosse tão importante na vida de algumas pessoas. Também não sei por que representa tanto para nós. Afinal, é apenas um objeto. Foram anos e vidas que se passaram naquela que nunca lhe faltou, que sempre estava ali disposta para lhe acomodar.É triste, muito triste ver que ela morou ali por tanto tempo e que hoje a abandonou, sem ao menos dizer adeus. Outro ser ocupa o seu lugar, a saudade. Aquela que a gente não vê e que sempre está presente. Aquela que mandamos embora, mas que o tempo não apaga nunca. Todos os dias um pouco de balanço nela é dada, para ver se lembra dos tempos bons que com a amiga dividiu. Não é a mesma coisa, ela percebe. Como esta pobre e miserável cadeira ficou. Está abandonada, toda empoeirada, não representa mais algo sequer. Foi humilhada, não precisam mais dela, se tornou inútil. Mas ela, coitada, não entende. Passo horas e horas olhando para ela. Imagino-me sentada em seu colo aconchegante quando pequenina era. Foram dias inesquecíveis, que jamais voltarão atrás. Não suporto mais esta cadeira. Preferia que ela nunca tivesse existido, pois agora em que colo sentarei, em que colo chorarei, fiquei sem o meu colo. Agora, eu tenho ódio desta maldita coisa, pois sem querer lembro-me dela. Era sua vida que ali estava. Será que a cadeira lhe faz falta? No lugar que ela se encontra não deve ter essas coisas, também ele era única, ela tem histórias para contar, e que histórias. Histórias da vida real, que o tempo nunca vai poder destruir. Por que essa cadeira não se foi com ela? Ah! Se pudéssemos colocar asas nesse ser, sem dizer nada ele iria ao seu encontro. Mas não. Temos que conviver com este maldito objeto que nos conta as nossas histórias, tristes ou alegres. Hoje, qualquer pessoa nela se senta, mais isso nada representa para nós, é como se não tivesse ninguém nela sentada. É, acabou. Tudo não passou de um sonho. As histórias, a vida que nela existia, agora se foram, pereceram junto com ela. A cadeira que vimos, é somente a madeira acabada, sem valor algum. Pois a verdadeira, com certeza é ela que está sentada, bem longe daqui. Para nós só restaram a saudade, e as histórias que teimam em não desaparecer. Mas restou também, aquele amor puro, as boas lembranças, que com certeza, são inolvidáveis. Isso é o que há de melhor em nossa mente e que jamais se apagará. pois as lições de vida, da nossa vida, com certeza, ela quem nos deixou.
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