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Poesias-->Notícias de Vintém -- 09/12/2004 - 09:25 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Procurando notícias

de coisas minhas,

encontrei no ferro-velho

de lembranças forçadas,

vários álbuns com fotos,

uma ratoeira insensível,

um par de óculos,

e um livro de aventuras

onde só o justo era o

mediador e o vitorioso.

Notícias de minha vida

não havia nenhuma.

A caixa estava embrulhada

de vazio.

Encontrei um pai trôpego,

uma mãe drogada,

e irmãos dispersos pelo mundo.

Todos a caminho do sol!

De bom só achei o que

não procurava:

meu velho estilingue.

Notícias de minha vida

são variáveis,

assim como o tempo.

São sempre iguais, com

tendências a se remoer na chuva

ou se brandar ao sol.

Notícias minhas, ela levou.

Embarcou no primeiro trem da

vida e se levou prá bem longe.

Deixou a casa vazia, de três cômodos,

dois lencóis, um cobertor de plumas

e toda casa com seu perfume.

Fui perguntar porque e ela disse

que só tinha notícias ruins

e, por bem da verdade,

era melhor nem dizer.

Assim se você procura notícias

minhas, vai me encontrar sempre no sótão

da vida, onde nem o o sol entra

e as enluaradas noites dão uma

sofreguidão de vazio distante,

de corrupção interior,

de perdas e poucos achados.

Se você quiser notícias minhas

nem dedal vai achar!

Sou pouco.

Brando e cólico de largaduras.

Notícias minhas você só vai encontrar no

próximo bar.

que fica sempre na esquina

de minha vida.

Barba por fazer,

pés por lavar,

mãos entrelaçadas e oleosas.

Ali estou sempre a espera dela.

Entre um aguardente e outro

espero e espero, sempre

fitando a próxima esquina da vida.

E, por isso, até pro um asilo quiseram

lá me levar!

Mas a grande notícia,

que deve ser manchete, em breve,

não dou,

não dará tempo,

se o gatilho não falhar.

Notícias minhas só na quadra A,

número 345.







Se me perco,

vou à vontade.

Se me perguntam, digo que não.

Se ando, falseio os passos,

se vejo, olho de vesgo,

o tempo passar.

Quando se chega a uma

certa idade

não se recebe

mais encomendas de folhinhas

que marcam datas

de um tempo

que se não faliu,

esvaxiou-se diante

de paixões mal conduzidas,

de mãos com outros significados,

de previsões que nunca deram tempo.

Se é sua hora de pensar,

pense bravo.

Como um mocinho infalível.

Mas nunca se deixe levar

por pensamentos que já não são seus.

Nunca procure o próximo

como resposta e os céus como

perguntas.

Ou você já foi ou já era.

Você não é somente.

A cad instante você vira passado,

de lado, de frente,

dormindo cálido,

ou andando ácido.

Se não há mais perguntas,

nem respostas deve haver.

Prepare seu sobretudo,

arrume sua mala,

e faça de conta,

que você só existiu uma vez.

E uma ez por outra

faça de conta que você é

a eterna fonte

do princípio e do fim.

E já sabe, de antemão,

que é o fim que está

mais rancoroso

e próximo.

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