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Poesias-->Dai, Me Sofro -- 09/12/2004 - 09:01 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sei,

um lastro de luz

bordeia seus olhos

marejados de

amor sem fim,

de inícios inesperados,

de fins ocasionais.



Se vamos, não sei,

não sei nem perguntar

o caminho de ida,

a trilha de volta.



Sei que é toda iluminada

pelo seu corpo,

pelos seus olhos infinitos,

pela luz braveja que

deponta toda manhã

no horizonte de nós dois.



Se vamos, não sei,

se me calo é por medo,

medo que jamais me deixa

conquistar américas.

Se não conquisto, perco.



E a perda é de nós dois,

pois ainda sei que somos um.

Um prá ficar, outro prá ir.

Mas sempre juntos.

De alma, de coração -

devaneios dos incautos -

tenho seu corpo em figurino

de ouro e cravejado de luzes

que polupam do céu para você.



Mas em toda história

que começa,

esta não vai terminar,

como parada final

de bondes.



Esta vai longe.

Dai me calo.

Dai me sofro.

Dai tenho que dizer.

Mas demais tenho que ouvir.



E, no beijo final,

assim, combinamos,

um dia estaremos juntos

no céu de nós dois.
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