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Poesias-->O Homem das Cinco Vezes -- 09/12/2004 - 08:57 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O homem das cinco vezes,

era sisudo e parente do vazio,

sempre andou só e mal acompanhado,

pois sua sombra refletia em sua alma.

O homem das cinco vezes,

era ponderado ao incriminar alguém,

desarrumado, ao pedir clemência.

Sempre foi joguete do povo,

mas quem enchia os bolsos de cetim,

macio,aveludado, era ele.

O homem das cinco vezes,

sempre morou no melhor bairro

e, por isso, era completamente

desconhecido de vez.

Trabalhava com cartas marcadas,

comia do bom e do melhor

e saia bem caro

tal costume de se fartar

na mesa dos outros.

O homem das cinco vezes,

nunca perdeu uma vez - dai

o seu nome -.

Tudo ganhava e ganhava cinco vezes

em seguida.

Era plebe disfarçada, monstrinho de

papel fogado e gente que passa

rápido pela vida e não tem

nem tempo para olhar para dentro de si.

Tá cheio disso ai - de homens de cinco

vezes.

Eles são atiços e corretivos,

balcuciam somente prazer

e vivem de comesuras e

mesas fartas

e mulheres atorresmadas.

O homem de cinco vezes

quando morreu, morreu mesmo

só uma vez.

Ao seu enterro foram um

crivo sacerdote e dois coveiros

e mais dois da funerária,

para levar a caixa de madeira.

E o homem de cinco vez

por ironia do destino,

foi enterrado por cinco pessoas,

e prá ele arrumaram

uma rezadeira, que sabia chorar

cinco vezes sem parar,

mas se atropelava no

verbo de cinco rezas.

E nunca mais ninguém dele falou.

Mas diz a roda do povo,

que o maior problema agora,

lá no cemitério das Almas,

é o espírito do homem das cincos

vezes que atormenta dia e noite,

outros incautos que também morreram

do dia prá noite

na cerração da vida.

Quando chega à noite,

lá vem zoar o espírito o

homem de cinco vezes,

aos ouvidos dos que querem

dormir.

E aquele cemitério, antes,

tão calmo e sossegado

vive agora uma parnafernália,

pois o dito homem não se

conforma de ter morrido

apenas uma vez - aquele

das cinco vezes.

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