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| Poesias-->Feixe de Enfeitar -- 08/12/2004 - 08:35 (José Ernesto Kappel) |
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Onde está essa mulher?
Já procurei pelos jardins
frequentáveis,
já emprestei ao sol sua sombra,
à lua, seu contorno.
-Magricela,vivaz,nada puritana,cortês,
porém, bem sumida!
Nada de achar!
Com tudo pra esbravejar-me!
Onde estará esta mulher?
Já procurei nos sombrios
obituários dos jornais,
nas revistas fotográficas,
tentando descobrir se ela,
se tornasse uma bruma desfilante,
ou solitária vivente de
algum condomínio de luxo
em troca de um algum homem
de luxo.
Nada!
Sumiu vaga. Meia-ingrata!
Procurei entre minhas coisas
bem vadias do dia-a-dia,
só encontrei nossos retratos,
quando ainda suspirávamos
por passaros caseiros.
Não encontrei. Senão,
pó, poeira,migalhas de
teias de aranha.
Nada!
Minha mulher sensual sumiu!
No varal das esquinas de néon.
Dada a sua personalidade
de romana, e sua figura
que lembra um pouco
os habitantes cretanos e encacheados,
ou ainda os bens residentes
americanos de Pasecota.
Toda procura
foi perda de tempo.
Igual a nadar no lodo
Mas não retro,sou
teimoso,porém bondoso.
A mulher sumiu!
Mas por onde andará esta mulher
tão redimida que nunca
cairia em ruínas?
Não tenho mais respostas,
mais tenho ainda vivas as alcovas!
Assim, passo meu tempo
a procurar. Ninguém some
assim. Nem a volúpia matinal
do vento.
Já desconfio que ela se foi.
Se foi pros priores das montanhas,
e lá se escondeu entre pedras
reluzentes, e juncos travados,
e lá deve meditar:
esse homem nunca mais,
desse homem que foi amado,
nunca mais!
E ela medita,
entre as mulheres do tempo,
sem qualquer desdita:
Esse homem nunca conseguiu
me amar!
Talvez, seja - este bravo homem -
que vai passar a vida sem provar
os restolhos do verdadeiro amor,
aquele, que, por dor, a gente
nunca esquece e acaba
morrendo dentro ele !
Mais voltar,
por Zeus,
nunca mais!
Meditação ingrata
que me deixa
lavado por meio-sol,
esturgido na vaga lua,
sem pingentes de luz.
E fico assim como uma varal,
ou feixe de enfeitar
deuses notórios,
mas perdidos! |
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