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 | Infanto_Juvenil-->Bolinhas de gude -- 21/09/2013 - 02:19 (Brazílio) |  |  |  |  |  |
 | O Milton defendia de unhas e dentes a atenção do irmão maior Dair. Minha 
 tentativa espevitada de aproximação para ouvir aqueles doutos ensinamentos no
 
 ramo e rumo das bolinhas de gude foi rechaçada com um sinalizador murro no
 
 nariz, que doeu, me fez chorar, mas me devolveu a consciência de que meus sete
 
 anos de idade eram pouco pros nove do Milton. E bastantes para aprender rápido -
 
 antes do segundo golpe.
 
 O jeito era baixar o facho e o penacho, e seguir a inefável "pecking order", que
 
 também existe no mundimundo dos petizes, pra poder seguir as explicações do
 
 mestre Dair, no alto de seus dez anos. O mano Beu, com seus quatro pra cinco
 
 anos, e o Andrade, irmão menor do Dair e do Milton, beirando os seis, formavam
 
 uma dupla inocente, e senhores de suas próprias brincadeiras, não constituíam
 
 risco à estabilidade da ordem. Na visão miltoniana.
 
 E, impassível, o Dair, dos cabelos cacheados, olhos esverdeados - que podia bem
 
 ser Adail, Adair, Aldair de pia batismal - ia destilando seus ensinamentos, para o
 
 gáudio da tropa, passando-nos noções que se não iriam perdurar por toda uma vida
 
 sobre o "obrigo o avanço", o "não dou limps nem reps", o "de fino ou de grosso", et
 
 coetera, ao menos iriam dar sobrevida às nossas bolinhas.
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