Acabado o carnaval inicia-se, para os cristãos, o período da Quaresma, que se estende até a Páscoa. Quarenta dias em que antigamente não se comia carne às quartas e sextas-feiras. Carne vermelha, porque peixe podia.
Lembro que alguns padres exageravam: não queriam ver gente rindo em grupinhos pela rua, nem que ouvíssemos música. E os jovens não entendiam, é claro.
Passado o tempo, comecei a ouvir falar nas micaretas. Animadas festas meio carnavalescas que acontecem pelo interior da Bahia, justamente logo depois do Carnaval.
Inicialmente pensei que o nome se referisse a máscaras, não parece? Em forma de caretas, alegres ou tristes. Ficava imaginando bocas pintadas, umas pra cima outras pra baixo e algumas até bem abertas, debochadas. Caretice minha?
Mas não é. Micareta não tem nada a ver com careta. Nem careta de gente, nem caretice de quem quer que seja.
A palavra vem do francês “Mi-carême”, que é a quinta-feira da terceira semana depois do Carnaval, dia em que as crianças se fantasiavam para uma festa.
Bem na metade da Carême, que não é carisma, vem a ser a nossa Quaresma.
