Nos dias de faxina, os tapetes eram levados para fora e pendurados. Aí, as mulheres da casa se encarregavam de dar-lhes uma surra, de pauladas, para tirar o pó. Depois eles ficavam ao sol, pra arejar, e as pulgas instaladas em seus pêlos matar. Só depois de muitas horas é que voltavam pro lugar. Essa função demandava muitas mãos, e força para levantar mesas, bancos e um bufezão.
No fundo dos quintais havia sempre um rancho com o tanque, e perto dele, um canteiro com grama fina e alta. Era ali que se estendiam as roupas brancas, molhadas, pra “quarar”. Isto é, para que os raios de sol as deixassem bem branquinhas. Chamava-se “quarador”. Na hora de secar, iam todas pros varais, nada mais que grossos arames, presos nas laterais. Para erguê-los, e sem vergar mantê-los, usava-se uma longa taquara. Cheios de lençóis, toalhas, roupas de criança, mais fraldas, cuecas e cueiros, pesadíssimos eles ficavam.
Como vocês podem ver, antigamente a mulherada tinha que ser forte, o muque era o que mais se usava, e ninguém de academia precisava...
