Eu e Celinha estudávamos na mesma escola primária, ela uma classe acima da minha. Freqüentávamos juntas as aulas de balé e nos tornamos amigas. Brincávamos de teatrinho, de esconde-esconde, de casinha. Celinha tinha uma coleção de bonecas...
Ela era muito bonitinha e na saída da escola os meninos corriam atrás dela. Até brigavam para carregar sua mala.
Para a apresentação do nosso balé em Campos do Jordão, subi a serra de trem, com Celinha e sua família, mas até então ninguém ali era assim tão famoso. Isto aconteceu mais tarde, eu já vivia em São Paulo. Naturalmente, acompanhei de longe o sucesso de minha amiga e de seu irmão, tornados artisticamente Celly e Toni Campello.
Eu ouvia sua voz no rádio e vibrava. Quando ela aparecia nos filmes de Mazzaropi, que emoção!
Tomo banho de lua, fico branca como a neve... Oh! Oh! Cupido... Celinha cantando em todas as festinhas! Dançávamos embalados em seu ritmo. Orgulhosa, eu dizia a todos que era amiga da cantora, mas poucos acreditavam.
Afinal, quem era eu para conhecer tal celebridade?
