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 | Infantil-->Alvina -- 29/10/2013 - 06:23 (Brazílio) |  |  |  |  |  |
 | Era fim de outubro ainda, mas aquele passeio - na caixa - da fábrica de brinquedos à 
 Loja dos Sonhos das Crianças foi a coisa mais esperada e mais memorável para aquele
 
 grupo de bonecas, fresquinhas - e prontinhas para serem admiradas e adotadas pelas
 
 meninas da cidade - e até mesmo do interior.
 
 A chegada à loja, a desembalagem, a acomodação nas prateleiras, tudo feito com
 
 calma e bom jeito, no cair da noite, com a loja já fechada ao público só serviu para
 
 aumentar a excitação das bonequinhas.
 
 E não é que ao se apagarem as luzes e se retirarem os humanos, aí é que a festa foi
 
 legal!
 
 As bonequinhas, eram tantas, se reuniram, sob a iluminação da árvore de natal e tanto
 
 brincaram que só voltaram para seus lugares quando ouviram chave passada na porta,
 
 quase ao amanhecer. E era só o vigia, mas melhor não arriscar.
 
 E assim foram passadas as noites seguintes, até que já em meados de novembro
 
 começaram a ser menores as rodas de folguedos noturnos, cada dia menores: as
 
 bonequinhas estavam sendo vendidas rapidamente.
 
 E um belo dia, chega mais uma turma nova, de reforço, já era dezembro afinal. E mais
 
 outra leva ainda chegaria já quase na véspera do Natal. E tanta era a alegria de seus
 
 folguedos que não viam passar a noite. Contando as horas e os minutos para caírem
 
 nas mãos de um comprador - não sem antes passarem pelo olhar admirador das
 
 pequerruchas.
 
 Só Alvina é que desde que chegara não experimentou aquela sensação e viu, com
 
 alguma lágrima escondida, partirem as amigas de farras.
 
 Alvina era preta, pretinha feito ela só.
 
 Sua noite mais triste foi na véspera do Natal. Sozinha na prateleira não tinha com
 
 quem brincar ao menos. Até que chegou, de repente aquele menino, que parecia ter
 
 entrado magicamente na loja, sem passar por porta ou janela. Mas um menino aqui,
 
 pensou ela? Que faz? Não é a seção dos carrinhos e bolas que os satisfaz?
 
 Mas veio o menino, " ... e veio sem muita conversa e sem muito explicar...", ela só
 
 sabe que cheirava e gostava de amar - e brincou com ela até fartarem-se de tanta
 
 alegria. E ela adormeceu em seu colo. Ele muito gentilmente a recolocou na prateleira,
 
 não sem antes dar-lhe um beijinho na testa.
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