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Infantil-->A GATINHA CHANINHA -- 09/03/2002 - 15:16 (Sonia M.Delsin Lencione) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Chaninha era uma gatinha rajadinha, muito dócil.
Ela cresceu naquela casa antiga, ao lado do casal de velhinhos.
Seu Arthur a adorava. Era só ele chamá-la que a bichinha vinha correndo e passava o rabo peludo pela sua perna.
Como ele a achava linda!
Já a dona Francisca não gostava dela. Na verdade ela nunca gostara de gatos, e só a tolerava para fazer o gosto do marido.
A gata sabia que não era apreciada pela dona e ficava na sua. Se Seu Arthur estava sozinho ela deitava-se a seus pés e ronronava para ele.
Seu Arthur já estava bem adiantado nos anos e sua saúde já era bem delicada.
Os netos o adoravam e ele também adorava aquelas crianças maravilhosas que gostavam de ouvir suas histórias.

A netinha Amélia também gostava muito da Chaninha e o avô lhe prometera que no dia em que morresse ela herdaria a gatinha.
__ Mas vovô, dizem que gatos não gostam de mudar-se!
__ Bobagem, ela não vai querer ficar aqui morando com a Chica. Ela sabe que a minha velha não morre de amores por ela.
__ Vovô, você é engraçado! Tem certeza mesmo que precisa morrer um dia? Eu gostaria que você ficasse sempre conosco. Você é legal; sabe contar histórias e nunca reclama. E, olha, que a mamãe diz que tem muitas dores! É verdade que você tem dores?
__ É verdade minha querida, mas não falemos sobre isso, há tantas coisas mais bonitas para se falar do que falar sobre doenças. Não gosto de lamúrias.
__ Vovô, eu te amo!
__ E eu te adoro! Disse o avô puxando a neta de encontro ao peito e ficando um tempo enorme com aquela cabecinha adorada de encontro ao coração.
A gatinha se intrometeu entre eles reclamando a sua parte de carinho.
__ Vovô, eu sempre vou te amar e sempre vou amar a Chaninha.
__ Cuidado, que a malandrinha fica vaidosa. Olha, vê como ela presta a atenção!
A menina pega a gata no colo e a beija muitas vezes.
O avô ri com aquela cena. Ele também gosta da gata e gostaria de fazer o mesmo, mas acha que não fica bem. Como gostaria de ter a espontaneidade de uma criança!
Amélia dorme no colo do avô segurando a gata em seu colo.
Quando a velha Chica vem chamá-los para o jantar encontra os três dormindo.
__ Chô, sua sonsa! Suma-se daqui! Sua aproveitadora!
A velha espanta a gata e trata de acordar o marido e a neta.

Alguns meses depois, numa noite muito fria Seu Arthur falece.
A família chora muito a sua morte, especialmente os netos.
A gata mia sem parar durante toda a noite e mais ainda no dia do sepultamento do velho amigo.
Parece até entender que ele está indo para sempre.
Amélia pede aos pais que a deixem ficar com a gatinha. Ela lhes conta que o avô sempre dissera que Chaninha seria dela no dia que morresse.
__ Mas querida, temos o nosso cão. Não será possível trazê-la para cá __ lhe diz a mãe.
__ Mas mamãe, o Preto vai se acostumar com ela...
__ Não filha, ele nunca gostou de gatos.
__ A vó Chica também não gosta. O que vai ser de Chaninha? Pobrezinha!
__ Ela vai ficando por lá mesmo e fará companhia à vovó __fala o pai tentando convencer a menina.
__Eu gostaria mesmo era de ficar com ela para sempre.
__ Dona Amélia, já é tarde! Vamos para a caminha?
__ E a gatinha?
__ Você é dura na queda, sua malandrinha! __diz o pai pegando-a no colo e carregando-a em direção à escada.
Fazendo um lindo beicinho a menina ainda retruca:
__ Mas eu a quero. Deixa pai?
__ Amanhã falaremos mais sobre isso, agora é tarde e você precisa dormir.

Amélia sonha com o avô nesta noite e no sonho ele lhe pede que cuide bem da gata.
Quando ela acorda lembra-se do sonho e o conta à mãe.
Esta a convence que o melhor para a gatinha é ficar com a avó e que os gatos não se mudam. Diz à menina que a avó sentirá muita solidão agora e que a gata lhe fará companhia.
__ Mas será que a vovó vai aprender a amá-la?
__ Claro que vai. Elas ainda serão grandes amigas.
__ De vez em quando você me leva lá para ver a Chaninha?
__ Sua malandra! E na vovó você não pensa?
__ É que ela, apesar de velha, parece se sentir tão bem sozinha, ela não é como o vovô. Ela é como vocês dizem: tão auto-suficiente!
__ Engano seu querida, ela é forte, mas tem sentimentos também.
__ Mas ela não gosta da Chaninha.
__ A convivência a fará gostar.
__ Será mesmo mamãe?

Levou um tempo enorme até que a gatinha conquistasse a velha, mas ela conseguiu.
Nas noites frias ela vinha de mansinho, encostava-se nos pés de dona Chica e ela foi se acostumando com o calor da gata.
Amélia é que ficou feliz, pois queria muito bem àquela gatinha.
A avó não era como Seu Arthur que gostava demais dos netos, que contava histórias lindas, mas a menina achava que estava tudo bem. Já que ela não podia ficar cuidando da gata para o avô achava bom demais que a avó fizesse isso.
__ É sua danada, você sabe conquistar todo mundo!__ dizendo isso a menina acaricia o pêlo macio da gatinha e a beija.





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