Pedrinho abriu o livro.
No livro havia uma porta.
Pedrinho abriu a porta.
Entrou dentro do livro.
As letras dançavam e cantavam, ao som de singela melodia. Deram as mãos a Pedrinho e o levaram a um passeio cósmico, através de palavras mágicas.
Pedrinho viajou pelo espaço sideral e pôde ver, de perto, várias estrelas, desta e de outras galáxias.
As palavras conheciam toda a história do mundo. Poderiam levá-lo aonde quisesse ir. A qualquer lugar do futuro ou do passado. A qualquer lugar da Terra ou até mesmo de outros mundos.
- Levem-me ao passado - pediu Pedrinho. Ao tempo de reis e rainhas. E de castelos assombrados.
- Quem é você, menino? - Perguntaram os guardas do castelo.
- Eu me chamo Pedrinho.
- O que você quer?
- Tenho um presente para entregar ao rei.
Os portões foram abertos.
Pedrinho entrou no castelo, acompanhado pelas palavras.
- De onde você vem, menino? - Perguntou o rei a Pedrinho.
- Eu venho de um lugar distante, de um tempo futuro.
O rei franziu a testa e torceu os lábios, sem acreditar no menino.
- Touxe-lhe este presente, majestade.
Pedrinho estendeu-lhe o livro.
Ao abri-lo, o rei escutou suave melodia.
E viu que no livro havia uma porta.
O rei abriu a porta. Entrou dentro do livro.
O rei viajou com as palavras por lugares que só existiam no futuro. Contemplou paisagens maravilhosas, que nem mesmo em sonhos pudera imaginar. Vislumbrou arranha-céus, bondes, trens e automóveis. Atravessou as nuvens, no interior de um avião. Escutou músicas ao rádio, viu o cinema e a televisão. Patinou no gelo e falou ao telefone.
O rei ficou deslumbrado com a riqueza e a magia, que as palavras despertavam.
Ao retornar da fantástica viagem, o rei mandou que lhe trouxessem um baú, repleto de ouro, jóias e pedras preciosas.
O rei entregou o baú a Pedrinho, pois estava muito agradecido.
Abrindo a porta mágica, Pedrinho guardou o baú dentro do livro.
Despedindo-se do monarca, o menino seguiu viagem, levando consigo as palavras e os tesouros dentro do livro.