Usina de Letras
Usina de Letras
25 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63167 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10657)
Erótico (13589)
Frases (51656)
Humor (20171)
Infantil (5588)
Infanto Juvenil (4933)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6351)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infantil-->OS PEQUENOS ASTRONAUTAS -- 31/01/2002 - 04:42 (Sonia M.Delsin Lencione) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Gustavo ganhou tantos brinquedos que seus olhinhos não sabiam qual olhar.
Eram tantos carrinhos, joguinhos, bolas. Tinha pião e até um João Bobão.
__ Mamãe, eu ganhei um João Bobo!
__ Lindo, filho!
__ Feio, mamãe. Ele é bobo, porque apanha de mim e volta.
Cristina não pode deixar de sorrir.
__ Papai, você já teve algum dia um João igual a este?
__ Claro que sim, filhinho!
O menino começa a brincar com os brinquedos que ganhou, brinca um pouco com um e logo procura outro. Mas o que mais o atrai é o Bobo.
Gustavo tem alergia de pelo de animal e por isso não pode ter um bichinho de estimação. Ele sonha ter um cãozinho, mas o pai lhe diz que precisa primeiro melhorar da alergia.
O garotinho tenta entender, mas no fundo ele gostaria de ter um animalzinho para amar.
Agora ele tem o João Bobão.
Que brinquedo tolo de se amar. Mas ele sente que vão ser grandes amigos.
O boneco é grande, quase do seu tamanho. Ele pede à mãe que o deixe dormir ao lado de sua cama.
Sente pena de saber que o novo amigo terá que ficar o tempo todo em pé. Até já começa a achar graça em empurrá-lo e ele voltar sempre.
Dorme feliz, com um sorriso nos lábios, já tem um amigo; inanimado. Mas amigo sim!
No sonho João Bobo é um menino esperto que sabe brincar de tantas brincadeiras divertidas. Tudo que Gustavo possa imaginar o amigo é capaz de fazer, desde virar cambalhotas a voar numa aeronave.
E no sonho os dois voam para um planeta muito distante da Terra. O planeta “Shinik”. Quando os dois lá chegam encontram uns homenzinhos marrons e brancos, com carinha de porco e corpo de homem. Gustavo vai andando em direção a eles e João o impede de prosseguir.
__ Espere amigo, precisamos primeiro saber se seremos bem recebidos.
__ Mas João, se eles quisessem já teriam nos matado!
__ É verdade, vamos.
Os dois caminham no solo pedregoso do planeta estranho e notam que lá não há flores, só espinhos.
Os homenzinhos com focinho de porco os recebem desconfiados.
__ Quem são vocês? Sabem falar o nosso idioma?
Gustavo descobre feliz que os habitantes daquele estranho planeta sabem falar o português.
__ Somos de paz, amigos! __ e João estende a mão.
Os homenzinhos saem correndo.
__ Voltem amigos. Não queremos lhes fazer mal algum __ diz Gustavo.
Então eles os olham desconfiados.
O maior deles (o que tem a cara e o focinho de chefe) diz solenemente:
__ Somos os “Shinikinhos” e não gostamos de intrusos aqui.
__ Estamos só de passagem, amigos.
O chefe e Gustavo começam a conversar e o homenzinho descobre feliz que ele é pouco mais que um bebê. E que o amigo dele é nada mais nada menos que um bonequinho sabido.
Eles resolvem dar uma festa para comemorar a chegada dos dois. Comemoram comendo muita abóbora (o chefe explica que eles importam a abóbora de um outro planeta, porque no planeta deles não há cultura de absolutamente nada). E o mais grave de tudo é que o fornecedor também não poderá mais lhes fornecer nada a partir do dia seguinte.
__ Mas como vocês podem viver num planeta assim? __ pergunta João.
__ Antigamente nosso planeta produzia de tudo e éramos os maiores exportadores do Universo, mas o nosso povo começou a ficar muito ganancioso. Queria mais e mais. Colocava no solo tudo quanto existia de adubo para cultivar cada vez mais. Não havia um controle e eles começaram a matar o solo. Hoje só temos os espinhos. Dizem que cada um colhe o que semeia. Acho que estamos colhendo o que semeamos e nosso planeta está morrendo. Muitos dos nossos já partiram e nosso fim se aproxima. Hoje comemos todo o nosso estoque de abóboras. Amanhã, não sei o que será de nós.
Dizendo isso o chefe começa a assoar o nariz sem parar.
Gustavo fica penalizado de ver o Shinikinho chorando daquela forma estranha e promete:
__ Vou voltar para a Terra e trazer muito alimento para vocês.
__ Não daria certo amigo, até lá já teríamos morrido.
__ E qual a solução? __ pergunta o garoto aflito.
__ É irmos com vocês.
Na pequena nave de João começam a acomodar-se aqueles pequeninos seres que abandonam um planeta que está morrendo.
Na longa viagem pelo espaço sideral Gustavo vai conversando com cada um deles e descobre que eles são muito especiais.
Uma shinikinha comovida até lhe dá um beijo.
Um beijo tão doce!
O garoto toca o rosto. O beijo fora tão bom!
Abre os olhos e vê a mãe saindo lentamente do quarto. Procura por João e o vê ali parado, bem do seu lado.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui