ACENO DE ESTRELA
Parecia um dia como outro qualquer, quando o céu começou a escurecer. Foi quando olhei para baixo e, no meio daquele espaço imenso, percebi que me procuravas. Acenei, mas tu não olhavas mais em minha direção. Estavas distante. Teus cabelos voavam como fios de ouro. E eu, apenas uma tímida estrela a cintilar dentre tantas.
Curiosa, pendurei-me num pedaço de céu que ainda me permitia ver o caminho. Escorreguei e cai sobre uma enorme montanha branca e fofa.
Estava nesse mergulho que não parecia ter fim, quando surgiu um arco estranho que ainda cortava o horizonte.
Generosamente, ele estendeu vários braços coloridos em minha direção. Tinha um charme incrível! Sorria em cores. Tu já havias presenciado algo assim?
Não pensei duas vezes. Confiante, joguei meu corpo no meio deles e me senti estranhamente confortável.
Percebendo meu deslumbramento, ele despiu-se das cores para que eu escolhesse apenas uma. Extraí então, uma minúscula lasca do lilás. Sabes por que, linda menina?
Porque era a que mais combinava com a súplica do teu olhar.
Aproximei-me e de ti e assim que vi teus olhos voltarem a brilhar, num rodopio suave, voltei para o meu lugar.
Heleida, 2005 |