Ana era uma menina muito bonita. Gostava de olhar para os pássaros quando eles estavam voando. Ficava imaginando se poderia, algum dia, voar do mesmo modo.
Então, foi perguntar à sua mãe:
- Mamãe, poderei voar algum dia ?
- Querida, para voar há necessidade de asa, respondeu a mãe.
- Mas mamãe, eu queria tanto voar, retrucou a menina.
- Minha filhinha, voar é só para os pássaros. Esqueça isso. Vá dormir que é melhor. Já é muito tarde.
A menina, ao se por na cama, dormiu e sonhou que tinha asas e voava para todos os cantos.
Quando estava na melhor parte do sonho, sua mãe a acordou.
- Mamãe, você viu, você viu ? Eu consegui voar. Disse a garota.
- Você não voou, querida. Era só um sonho.
- Mas eu ainda quero voar.
- Pode ser que você o consiga em outra ocasião. Vamos, agora, tomar o café da manhã. Depois, você pensa nisso.
Ana, após ter tomado o café, dirigiu-se para fora da casa. Ao colocar os pés sobre os degraus, sentiu que podia voar que nem um anjo ou os pássaros.
Começou a subir. Passou por cima da casa de Dona Joana, sua vizinha. Mandou um alô para o Sr. João, o jardineiro, que ficou com os cabelos em pé ao ver a garota bailando no céu.
Ela continuou a voar até passar por cima da casa do Pedro, seu melhor amigo na escola onde estudava.
Deu a volta por todo o bairro onde morava. Era uma delícia. Viu os pássaros voando a poucos metros de distância. Sentiu que estava nas nuvens. Planava como uma leve pluma.
De repende, notou que já eram nove horas da noite. Encontrava-se há muito tempo no espaço. Sua mãe devia estar preocupada com o seu desaparecimento.
Quando se aproximava de sua residência, observou, pela janela, que a mãe chorava, lamentando com seu pai, pelo telefone, o sumiço da filha querida.
A menina ficou muito arrependida pela preocupação que causou à mãezinha.
Quando entrou na casa, sua mãe ficou tão feliz em vê-la que deixou cair o telefone, ficando o pai a falar sozinho do outro lado da linha.
A emoção da menina ao encontrar a mãe foi tão grande que desmaiou.
Após alguns momentos, escutou uma voz:
- Acorda, minha querida.
Ana abriu os olhos e viu a mãe, que lhe dizia:
- É hora de ir para a escola.
Foi nesse momento que a menina percebeu que tudo tinha sido um sonho, um belo sonho.