Trapezistas, palhaços, domadores de fe-ras, músicos, pipoqueiros, tudo estava ali. As crianças, ansiosas pelo início do espetáculo, conversavam pelos cotovelos. E não se aquietavam no seus lugares.
De repente, gritos, confusões. Todo mundo se perguntando: o que terá acontecido?
Durante a semana, não se havia falado em outra coisa: sexta-feira, o circo ia promover um espetáculo para as crianças da escola municipal. Todo dia, quando se levantava para ir à escola, Rafaela perguntava à sua mãe: “Já é sexta-feira”?
E parecia que a tal sexta-feira nunca chegava. Até que chegou. Cedinho sua mãe avisou que não precisava levar livros nem cadernos para a escola. Era sexta-feira, o dia do circo.
Na escola, a alegria era geral. Muitos nunca tinham ido a um circo, mas falavam como era o espetáculo. Outros contavam que já tinham visto palhaços engraçados. E faziam careta, para mostrar como o palhaço brincava, para alegrar as crianças e os adultos também.
“Lá tem pipoca, professora”? Indagou Marta. “Tem, sim!” ouviu em resposta.
“E macaco, tem?” “Tem, Pedrinho. Tem macaco, leão, elefante e muitos outros bichos", diz tia Estela, a professora.
A alegria era geral. Risos daqui, brincadeiras dali, um puxa o boné do outro, era uma festa só que a criançada fazia, mesmo antes do início do espetáculo.
De repente, gritos, confusão lá no picadeiro. As crianças ficam paradas, sem saber o que está acontecendo. Ouve-se o barulho de um carro, que parece desgovernado e vem na direção do apresentador do circo, que anunciava o início do espetáculo.
Então, o carro parou e explodiu. De dentro dele, sai um palhaço, todo enfumaçado, gritando: “hoje tem espetáculo?” E a turma respondeu: “tem, sim, senhor!”
Aí foi só alegria. Muita brincadeira dos palhaços. Palmas para os trapezistas, que se penduravam lá no alto e davam saltos muito bonitos, e perigosos. Veio o homem que botava fogo pela boca, tinha a mulher que fazia o elefante ajoelhar-se e os leões passarem por dentro de uma roda de fogo.
E ainda bem que a confusão foi só mais uma trapalhada dos palhaços, para alegria da criançada.
E viva a alegria!
