Tinha um mineiro lá prás bandas de Barbacena que tinha uma vendinha,
que ganhou fama nacional e internacional, pois tudo o que você queria,
você encontrava na danada da venda. De queijo, passando por lingüiça e
torresmo, até peças para BMW, Ferrari e Boeing 737. Era incrível!!!
Aí, o carioca ficou sabendo da venda e entrou numa de sacanear com o
mineiro. Embarcou então pra Minas e se dirigiu a birosca. Ocorreu
então a seguinte conversa:
CARIOCA: Ei meu chapa, ouvi dizer que nesta birosca tem de tudo!
MINEIRO: Pois é, tem umas coizinhas sim sinhô...
CARIOCA: Tem PODELA?
MINEIRO (meio assustado): Hoje eu num tenho não, mas se o sinhô passar
aqui amanhã, eu vou tê.
CARIOCA: Legal, então amanhã eu passo aqui.
E o Carioca saiu fora deixando o Mineiro encafifado. Não era pra
menos: ele havia inventando a palavra PODELA lá na hora, só pra
enganar o botequeiro.
...Podela, podela, podela, que trem é esse sô?, pensou o mineiro.
Ele fechou a birosca e desandou a andar e perguntar se alguém sabia o
que era podela. E ninguém sabia. Com medo que sua birosca perdesse a
fama, o Mineiro desesperado foi para casa, encheu a cara, bateu uma
tremenda feijoada, de quebra mandou uns chouriços, fechando com uma
bela sobremesa de doce de batata-doce.
Acordou de madrugada, fez aquele barro, chamou sua mulher e mandou que
ela colocasse a coisa no forno bem quente. Após algumas horas, tirou
do forno e mandou a mulher moer. Já amanhecendo o dia pegou o pacote e
foi para a birosca. Lá pelas tantas chegou o Carioca. Ocorreu então a
seguinte conversa:
CARIOCA: E aí mineiro, a minha encomenda?
MINEIRO: Tá aqui, o Sr. dê uma provada.
CARIOCA (cabreiríssimo): Tá legal, me dá aí.
MINEIRO: Toma.
CARIOCA (pê da vida, depois de encher a boca): Pô, meu irmão, isto
aqui é merda!!!