Naquela pequena cidade do norte do Paraná, o cemitério ficava afastado, e era cercado por altos coqueiros.
Geralmente quando começava a escurecer, os jovens casais iam namorar no muro do lado de trás do cemitério.
Certo dia, uns moleques viram que tinham coquinhos maduros em um dos coqueiros, e combinaram de irem pegá-los no começo da noite.
Naquela mesma hora, um casal estava dando os maiores amassos, perto do coqueiro.
Era um tal de por a mão ali, enfiar a mão acolá. Beijos e esfregões, quando começaram a sentir um dos coqueiros tremer e fazer barulho.
Pararam com a sacanagem e ficaram atentos.
Eram os garotos que estavam sacudindo o coqueiro, para os coquinhos caírem no chão.
Passados uns cinco minutos, como não ouviram mais nada, continuaram com o namoro.
Lá dentro os meninos começaram a dividir os coquinhos dizendo em voz alta:
— Um pra mim... um pra você. Um pra mim... um pra você. Um pra mim... um pra você.
O casal apavorado já estava pensando em sair correndo, quando escutaram:
— Agora vamos pegar os dois que estão lá fora.
Eram apenas dois coquinhos que tinham caído do lado de fora.
Não é preciso dizer que a garota, na correria, deixou a calcinha jogada ao lado do muro, e o rapaz, chegou em casa, ainda com o pinto de fora.
Daquela noite em diante, o casal só namorava em casa, e com as luzes acessas.