Era normal a bicharada organizar bailes para animar a floresta.
Mas, Simão o macaco, sempre estragava a animação.
Era só a orquestra sinfônica do maestro Carlos Grilo começar a tocar, para o macaco começar aprontar.
Simão não tinha vergonha na cara. Dançava todo colado às damas, e ia se esfregando e passando as mãos nas bundas e peitinhos das bichinhas.
Quando o malandro estava de pau duro subia no palco e, em frente de todos se masturbava dando gritos de prazer.
Era uma punheta atrás da outra.
Uma calamidade pública, segundo dizia o jornalista, Serafino Falcão.
Os fieis da Igreja Universal do Reino dos Bichos, juraram nunca mais voltar ao baile.
Outros religiosos seguiram o mesmo caminho.
Os únicos que achavam graça e davam risadas eram os veados, as gazelas e, sobretudo as hienas.
Os acontecimentos chegaram ao cúmulo de ameaçarem Simão de morte.
Foi então que o prefeito Gilberto Leão, convocou a assembléia dos bichos para julgarem qual a pena que seria imposta ao macaco Simão.
Depois de muitos debates entre o astuto advogado de defesa, o conhecido dr. Pedro Mico, contra a severa promotora pública, dra. Solange Anta, o meritíssimo senhor juiz Carlos do Rego Leitão, condenou o vilão da floresta a pena de castração. Em suma, Simão estava condenado a não bater mais punhetas em público, para o resto da vida.
Não houve apelação.
Chegado o dia, diversos cães policiais comandados pelo delegado Pedro Pastor, levaram Simão para a clínica da dra. Cristina Barata, onde seria feita a cirurgia.
Assim, foi cumprida a ordem judicial.
Depois de restabelecido da operação, Simão voltou para casa triste e abatido.
O tempo foi passando.
Quando tudo estava normalizado, resolveram voltar aos bailes, para animar os ânimos tão abalados.
Convidaram o macaco Simão, apenas para verem o jeito dele.
A festa estava na maior badalação, quando começou o grande tumulto.
Leão deu um rugido, e logo quis saber o que estava acontecendo.
Do alto de uma árvore a senhora Maria Coruja gritou:
— É o macaco! É de novo o sem-vergonha do Simão! Olhem que putaria! O filho da puta está sem roupa, com as mãos no chão e a bunda empinada para cima, dando o rabo para quem quiser comê-lo.