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Humor-->Educação é quase tudo? -- 24/11/2008 - 18:02 (Fernando Werneck Magalhães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Antes, duas toneladas de abobrinha, para não sairem dizendo por aí que a desprezei indevidamente.

Depois que me mudaram do Lago Sul para o Sudoeste (do Brasil?), vi-me indefeso diante da suspeita, indevidamente consolidada entre os meus cruéis amigos do peito, de uma renitente hipocondria, que depois virou neurose finlandesa antes de, amanhã (que duvide quem tem bola de cristal!), tornar-se uma gripe terminal!

Da mesma forma que Jesus procurava fazer cumprirem-se os “chutes” dos profetas que o antecederam – o que, confio, deverá ter lá algum mérito -, faço questão de arrumar desculpa para fazer um novo examezinho de sangue quase todos os dias. Isso me propicia a ocasião de avaliar, pela coloração da amostra retirada, a evolução das esculhamboses que herdei de algum antepassado sifilítico.

Por exemplo, se o sangue é de cor grená, atribuo a novidade à boa safra do vinho tinto tomado ao almoço, que devia estar bem encorpado – relação essa que, se não for exdrúxula, deve, pelo menos, ser totalmente vazia de significado pseudocientífico. Se, ao contrário, a substância me parecer rala, tendo a atribuir o fenômeno ao excesso de água de côco que ingeri hoje no quiosque do Estacionamento no. 10 do Parque da Cidade – o meu preferido.

Agora, "vaca fria".

Se me mostro mal-educado às vezes, noutras não consigo esquivar-me por completo da educação que a minha saudosa mãe esmerou-se em me proporcionar, ainda que cônscia da baixa probabilidade de nela enquadrar-me.

Isso, somado ao fato de que ainda haver em mim um certo ranço evangelizador, conto, sem qualquer gabolice, uma estória exemplar. Antes da retirada de 200 ml de meu próprio sangue (se, ao menos, fosse de outrem!), preparava-me, ontem, com toda a pompa, para sentar-me numa cadeira que me pareceu vazia, enquanto esperava pela convocação da recepcionista do laboratório de exames. Entretanto, recusei-me a fazê-lo assim que verifiquei que o espaço estava, de fato, ocupado pela sacola – vazia - de uma mãe que tinha o correspondente filho ao colo.

Não que esta ação tenha qualquer mérito capaz de, retroagindo no tempo, aumentar a minha patente no grupo de escoteiros do mar que freqüentei quando tinha (também já tive) meus 16 anos e que foi dissolvido, à minha revelia, por motivo de bandalha cometida pelos seus dirigentes, para a qual não fui convidado. Certamente por me acharem, desde então, um sujeitinho muito careta!

O toque de má-educação consistiu em eu arrebatar, sorrateiro, ontem mesmo, uma revista pertencente ao laboratório, a fim de conhecer, na íntegra, a entrevista que nela se apresentava de um professor e operador jurídico bem-humorado, que conheci ao assistir a uma de suas hilárias palestras. Exímio frasista, roubou-me a atenção a sua incursão no movediço território onde se confundem as relações entre o crime, a política com "p" minúsculo, a Política com "P" maiúsculo, a Ética, o Direito e a Economia.

“Quando a mão-de-obra não está ocupada, a elite tem que ficar preocupada”. Com cerca de vinte palavras, ele ofereceu a seus leitores uma concisa exposição da problema e apontou para uma solucionática keynesiana de uma forma, a meu ver, primorosa e perfeitamente correta.

Só que ele não indicou o modus faciendi da coisa, isto é, como criar empregos em número e remuneração suficientes para não só reduzir a taxa de desemprego aberto, como também para desincentivar a opção pela carreira das armas – que atrái os jovens e os menos jovens da periferia e até ....Cala-te boca!

Pois é, sou (mas não fui mais!) dos que em vão sonharam outrora, neste fluido mundo de “achismos”, que bastaria o rápido progresso das ciências econômicas e sociais para resolver todos os problemas nacionais e internacionais, sem contar o irresistível avanço da democracia em escala planetária.

Confissão final: como assíduo cliente do mencionado laboratório, que, aliás, acaba de ser lacrado, nada impede que, na próxima visita ao mesmo, eu lhe devolva, à sorrelfa, a mesma revista, a fim de que outros clientes também possam ter acesso às ilustradas idéias do convincente professor entrevistado! O que perjuro fazê-lo, já anteontem, se Deus quiser!



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