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ENTRE A MAGIA E O VIRTUAL (61)
"Senhores do Conselho, não vou mais ser pentelho, nem lhes mostrar, no espelho, a farsa que o aparelho de mentir faz formular.
Não basta refletir, é preciso mergulhar, olhar, sentir, viver, pedir axé, chorar, querer mesmo enxergar, se libertar e ir, achar nosso lugar, se arrebentar de rir, comer e vomitar, andar pra trás, fluir, rugir e taxiar, depois então subir, voar sem resistir, somar para ganhar, não mais subtrair, se amar por existir, crescer e assimilar.
A vida, meus amigos, é feita de perigos, e nossos inimigos estão prestes a atacar, furar nossos umbigos, causar-nos novas chagas, rogando velhas pragas, cravando suas adagas, passando suas cargas, já que temos costas largas mesmo quando andando a esmo, a seguir o próprio eco, entupidos de torresmo e de ovos de boteco, pois em vez de ter um treco, nós pedimos repeteco, não entramos no xaveco e até damos petelecos nos manés e nos manecos que entornaram seus canecos e estão vendo marrecos a grasnar no firmamento.
Mas se somos tudo isso, por que é que só dançamos, nos ferramos, nos danamos, nos ferimos, nos marcamos, apanhamos do momento? A resposta é muito simples: nossa mente de jumento!
É que o que acontece segue o nosso pensamento, e nós só acreditamos no que é dor ou sofrimento, sendo isso que criamos para haver no movimento!
Compreenderam, meus senhores? Vocês geram as próprias dores! Entenderam, minhas senhoras, quem é a mãe de seus horrores? São vocês, queridas damas, já que o mundo que acessamos é aquele que formamos com o que imaginamos.
Não adianta fazer prece pro quentão lá na quermesse! Se o álcool permanece, a loucura recrudesce, acabando com a finesse, pois até anjo entorpece, amolece e desfalece se beber muita cachaça – e de graça - lá na praça, motivado pelo estresse. Ficaria no bem-bom, pra o que desse e viesse!
Eu repito que, no fundo, o buraco mais profundo na verdade é mais em baixo, não depende do que acho, nem se o cara é fêmea ou macho, se encontrou sua alma gêmea ou bebeu, só de esculacho, toda pinga do despacho.
O que ocorre com quem morre não se ouve nem de porre, o que cabe no cabide se coberto ninguém sabe, e o abade que não bebe jamais fica na saudade, seja lá o que isso diga para quem chegou mais tarde, não viu nada dessa briga e saiu sem nenhum alarde.
Sim, é tudo muito louco, não importa o conteúdo, já que o que esconde a porta, sendo muito me muito pouco para os que se calam roucos ou por ter ouvidos moucos continuam sem serviço com o triste compromisso de só ter mesmo chouriço e um pouco de tremoço pra fazer o seu almoço de teúdo e manteúdo.
Entre o espaço virtual que disfarça minha magia, vou entrar no pantanal e falar com minha tia, no sumiço semanal que pra ela é todo dia.
Bate a brisa no varal, secadora está vazia, o calor fenomenal, o planeta em agonia, o aquecimento global faz virar calefação o que era ventania.
Vou seguindo bem normal, investindo na alegria pra mudar já de canal , alterando a sintonia e trocando este final por amor e harmonia."
autor: Hugo Leal
Poeta e escritor
fonte:http://www.vaniadiniz.pro.br/hugo_leal_virtual/entre_a_magia_e_o_virtua61.htm |