Era plena década de sessenta, quando o meu colega Lucas Barbosa, estudava em Belo Horizonte e, como todo estudante interiorano mantido pelo pai, morava numa pensão. Freqüentava, como de seu dever as aulas, ia nos bailes, passeava com os amigos e procurava todos os meios para esquecer a saudade da sua bucólica cidade de Teófilo Otoni, nome dado em homenagem àquele poeta que um dia disse que o mar canta, geme e chora, por não banhar Minas Gerais. Certo dia, resolveram criar um time de futebol para divertirem-se à noite e nos fins-de-semana. O time seria constituído com os estudantes que moravam na pensão e por mais alguns conhecidos da vizinhança. A dificuldade surgiu na hora de colocar o nome no time. Pensa-se daqui, pensa-se dali e ai então, o seu colega Mauro, um rapaz pouco estudioso e que tirva notas boas por ser ultra inteligente, também de Teófilo Otoni, teve a feliz idéia: “ precisamos que as moças que assistem as nossas peladas se comuniquem com a gente e nada melhor do que colocarmos para nome do time o telefone da nossa pensão”. E foi assim que se mandou fazer as camisas com o número do telefone nas costas: 4-30-48. Terminadas as partidas ou durante a semana o telefone ficava sempre ocupado. Eram as gatinhas mineiras ligando para os craques da pensão.Já pensou que situação bem bolada pelos jovens...