A genial poesia popular, só é benquista entre as gentes que por assunção plena sequer raciocinam sobre o grau da sua condição. Reconhecem-se menos letradas, mas são acérrimamente orgulhosas da sua frontal maneira de ser e de viver.
Claro, os intelectuais, que levam objectiva e esclarecida "porrada" com o versejo do povo, consideram o desiderato de arte menor, embora tantos sobrevivam a organizar o espólio dos pobres vates mortos, quando destes já nem família resta, pudera.
Se há coisa que deveras aprecio, é ver o sorriso amarelo de um intelectual que faz o elogio de um poeta popular. É interessantíssimo: "Bom versejador, mas...", "Muito codicioso, mas...", "Assaz subtil, mas..."Impagável no repentismo, mas...".
Sem mais delongas, com uma só ressalva para as duas "excepcionais-excepções" que sem óbice conheço, tais "senhores" metem-me mesmo um riso do caraças: sabichões de treta!...
- Ai Manel, aquele home ali é que fala mesmo bem... Quem me dera falar assim. Ainda ia casar com um doutor depois de velha...
Ah... Ah... Ah...
E logo agora, no ano 2005, que até a ladroeira tem um nome lindo: corrupção !...