Era sexta-feira, dia em que, além da bebedeira de cerveja na Cidade, os que acreditavam nos espíritos iam à casa do Pai Velho, um homem negro, de barbas brancas, meio careca, mas que aprendeu com seus antepassados a benzer até de mau olhado. Era fim de semana, quando as pessoas convergiam dos povoados interioranos para a cidade. Na minha casa estavam hospedados vários colegas de meus irmãos. Então alguém teve a idéia de convidar os visitantes para irem à uma sessão espírita na casa de Pai Velho. Aqueles convidados, ao saberem dos rituais pelos meus irmãos, decidiram ir para ver como eram realizada a reza e para buscar proteção. Foram em grupo para a Casa de Pai Velho, assistiram aos rituais, participaram de toda a cerimônia, acompanharam o toque das caixas e dos surdos, viram o apagar das luzes, ficando apenas as velas acesas. Tomaram passes, oraram etc. Num determinado momento foi passada uma garrafa de mão em mão e muitos dos presentes não sabiam o que fazer com aquela garrafa, mas ficaram constrangidos de perguntar. Quando voltavam para casa, ocorreram os mais diversos comentários e alguém informou que não gostou nada do líquido que estava naquela garrafa. Foi então que meu irmão, que era acostumado a freqüentar a cerimônia, disse ao rapaz: “ Meu amigo, você bebeu aquilo, aquela garrafa é passada para todo mundo cuspir…
