Eu dei um grito de desespero e de dor ...
Bem no meio da Rua do Amargor !
Mas , no meio daquele breu ...
Notei que um Rottweiler faleceu !
O pobre cachorro caiu na rua ...
Bem à luz da formosa Lua !
Será que foi o meu grito de aflição ,
Que matou este enorme e grande cão ?
Eu dei um grito de angústia e de agonia ...
Justo na Avenida da Desarmonia !
Mas , depois , quando tudo se calou ...
Um cão Pastor – Alemão desmaiou !
Será que ele se assustou com o meu grito quente ,
Fremente , pendente , carente e estridente ?
Eu dei um grito de carência ,
Exatamente de norte a Sul ...
Bem , na rua da Maledicência ...
Mas , notei que um Pit – Bull ...
Faleceu de um jeito sofrido ...
No meio deste triste sonido !
Eu dei um grito sem elegância ...
Na Esquina da Exuberância !
Mas , reparei de um jeito sincero e franco ,
Que um cão poodle delicado e branco ...
Desmaiou de um jeito veloz e feroz ...
Depois , que escutou a minha voz !
Eu dei um grito de verdade ...
Bem na Praça da Maldade !
Mas , notei que um cão Boxer caiu ...
Depois que o meu grito , no ar , surgiu !
Eu dei um grito com sinceridade ...
Justo na Avenida da Saudade !
Mas , reparei que um cão pequinês ...
Desmaiou e morreu de uma vez ,
Depois que escutou o meu grito ...
Depressivo e esquisito !
Não quero mais gritar , somente quero um apito ...
Porque a minha voz tem um veneno infinito ,
Que matam os cachorros perdidos nesta vida ...
De uma maneira maldita , que gera ferida .
