"Não tenho a menor dúvida de que a vida humana começa na fecundação e que o ser humano aí formado tem direito à vida. Ele já pertence à espécie humana, com toda a sua dignidade"
"É uma vida o embrião concebido com absoluta responsabilidade e que terá boa educação, estrutura familiar e amor. Sem isso, não é vida".
"O conjunto genético formado na fecundação é o mesmo que se carrega até a morte. Por isso, a vida começa a partir desse momento".
"Em outros tempos, matava-se em nome da fé e de Deus. Hoje, mata-se em nome da ciência, pois a vida começa quando um óvulo é fecundado".
"Não sei o que é pior, pôr fim a uma vida em formação, que ainda não tem personalidade e sonhos definidos, ou deixá-la nascer em meio a violência, drogas e fome".
(Frases extraídas da revista Época, 30/04/2007, pg. 11, in "A voz rouca das ruas".)
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Comentário
Félix Maier
As 2a. e última frases contém erros grosseiros de interpretação do que seja "vida". Mesmo que não tenha uma boa estrutura familiar, a criança que nasce tem, sim, uma "vida". Não feliz, como deveria ser, porém uma vida triste - porém sempre "vida". E mesmo que a criança mais tarde se entregue à violência ou às drogas, fique faminta, nem por isso a criança deve ser assassinada no início de sua vida, depois da fecundação.
A vida humana sempre será "vida", seja na riqueza, seja na miséria. Além do mais: como condenar um feto à morte, por uma simples presunção de que ele será um miserável, se não sabemos o que ele realmente irá se tornar no futuro?
Pergunte a um mendigo na rua se ele prefere viver sua triste vida ou ser morto para acabar com seu sofrimento. Todos eles defenderão a própria vida até o último suspiro, por mais miserável que seja sua condição humana. A diferença entre o mendigo e o feto é que este não pode expressar seu desejo mais profundo, mais fundamental que possa existir: o direito à vida.