Anjelical, desce no escuro, sobre a minha cama orceptal, como se o muro fosse banal, como se o desejo fosse insaciavelmente mortal.
Trazes os cabelos loiros, encaracolados, o ar carente e um pouco temperado, os olhos, os olhos envoltos num desejo infernal, que a pele do corpo branca teimosa como as mãos, só cessam de provocar, quando já estou enebriado.
Sob essa necessidade, que veste a fantasia, você come a minha boca em seus beijos...
Toma o meu cansaço por seus gemidos. E me bebe, e me come...
E grita, e faz caras e caretas, e me morde, e me pedes... Pra morder os teus seios, e me pedes dentro de ti, e me abusas deitandos no chão,
Deixando a roupa solta,
Apagando às horas e as letras.
Vôraz, vôraz o peito me arranha,excitada, molhada
Me chama, me ama.
Todo o mundo desorbita...
É só eu e você...Frente a frente, lado a lado,
Oral, verbal, por trás.
Gemendo em sintonia, enlouquecendo em harmonia ou morrendo na real, nessa real, é só eu,você e as paredes.
Não há luz, não há calor ou só meia hora...Há uma medida perfeita,quem sabe além do prazer, além do carne na carne, além do mal.
Naquele imenso escuro, só vejo os teus olhos,
Naquele inerte silêncio, só ouço os teus sussuros.
E quando começa a chover o gozo é meu e teu,não há meias conversas, não o que não se pode fazer.
Ah! meu anjo, quando deixas de lado o medo do pecado, nem sei dizer...
Se aprendestes comigo ou se me espelho em você.
Só sei que o mal, não é mal, quando há querer.
E eu quero te beber, te comer, te sentir no fio da navalha.
