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Erotico-->23. REEQUILÍBRIO -- 09/03/2003 - 07:00 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Melhor diria, para caracterizar o capítulo, “necessidade de equilíbrio” ou “de reequilíbrio.

Quando o indivíduo se posta na matéria, recebe a disciplina desta, com todos os atributos físicos inerentes à melhor condição de sobrevivência. Em geral, desde a formação do feto até o oitavo ou nono mês de vida, se a criança estiver sem amparo orgânico, não sobreviverá às doenças congênitas. Uma vez vencidos os obstáculos iniciais (agora com a ajuda das vacinas), as pessoas tendem ao crescimento, através do desenvolvimento dos elementos genéticos, multiplicando-se-lhes as células, segundo programação estabelecida no âmago da natureza.

Não quero correr riscos também no tópico da cibernética das substâncias vitais, demonstração de mais uma das fragilidades dos conhecimentos positivos. Sendo assim, fique a idéia de que, geralmente, os seres vivos se adaptam à realidade circunjacente, onde estão os seres que lhes deram origem, portanto, mantendo equilíbrio com o meio ambiente. A noção de campo biológico serviria a contento para explicitar o que estou tentando esclarecer.

Dessa forma, quando não somos rejeitados pela sociedade nem exercemos sobre ela ponderável influência no sentido maléfico (caso dos ladrões e assassinos, por exemplo), mantemo-nos estáveis, agindo e reagindo segundo os estímulos que aprendemos a respeitar. É o caso específico dos ajustamentos psicológicos, via de mão dupla em que os seres se predispõem a aturar-se, em benefício de todos.

Caberia lembrar os casos extremos das famílias eivadas de defeitos morais resultantes de estigmas intelectuais, onde as lesões mentais são transmitidas por hereditariedade, sendo, inclusive, o veículo da precária estabilidade delas.

Muito meditei a respeito dos temas genéticos, para caracterizar quais heranças recebi de minha mãe e quais, de meu pai, para a formulação psicofísica da personalidade.

O mais interessante desses estudos informais é que não chegava nunca a resultados demonstráveis por “a + b”, dado que punha as informações obtidas debaixo do microscópio familiar, cotejando o meu universo com os dos gêmeos e de Carla. Se tivesse de determinar, mecanicamente, a minha estrutura como proveniente dos caracteres somados de ambos os progenitores (aqui o termo ganha aspecto de absoluta necessidade, apesar de não suportá-lo com valores afetivos), deveria assemelhar-me muitíssimo mais aos irmãos, tanto no esquema físico quanto no mental.

Para a fantasia ignominiosa dos primeiros tempos da adolescência, cheguei a conjeturar que Mercedes tivesse mantido relações com outros homens, para não dar aos irmãos o gosto de se constituírem na minha verdadeira estirpe. Monstruosidades de quem está se sentindo traído, frustrado no desejo da exclusividade.

Se me tivesse dedicado aos estudos espíritas, teria sabido, desde logo, que a família terrena pode, perfeitamente, estar vinculando seres com potencialidades diversas, muito freqüentemente adversários de outros tempos, no etéreo ou na carne. Daqui a necessidade de se estabelecerem simpatias corpóreas ou o resultado sempre será danoso para o objetivo dos resgates cármicos.

Pelo que pude observar, até mesmo gêmeos idênticos se indispõem entre si, quando deveriam estimar-se pela oportunidade de crescimento em conjunto, na formação do caráter sob os mesmos prismas, para que possam compreender-se nos anseios íntimos de seres espirituais necessitados de firmarem laços de benquerença. Não foi o caso de Anacleto e de Fabrício, que se uniram mentalmente, talvez até sob o influxo do adversário comum, ou seja, eu. Quando os deixei na Terra, eram sócios em todos os negócios (e “negociatas”, conforme pressupunha eu), freqüentando-se assiduamente, levando as famílias pelos mesmos trilhos.

Quando o sujeito vai até a velhice, percorrendo todos os itens da escala biológica, deixa o corpo carnal em paz, ou melhor, em equilíbrio orgânico, porque a morte também está impressa no código dos genes.

Não devo afirmar, mas, pelo que tenho visto, essas pessoas mantêm a serenidade mental do ponto de vista do cumprimento dos deveres físicos, nada ficando a dever no campo dos desempenhos vitais. Evidentemente, guardam diferenciações acentuadas quanto aos débitos morais, porque o fato de terem levado até o fim o compromisso carnal não lhes dá o direito a imediato ingresso nas paragens da bem-aventurança.

Quem imaginar que este texto tenha sido motivado pela necessidade de arranjar desculpas para o desatinado gesto do suicídio, errará redondamente. É certo que, para tal gênero de raciocínios, muito tempo dediquei na erraticidade. Contudo, desliguei-me da pretensão de ver, no corte da vida, a contingência moral hereditária, exatamente quando senti a força com que se agarram aos bens materiais justamente aqueles indivíduos que foram aquinhoados com a mesma ascendência, ou seja, meus irmãos.

Saí da carne totalmente desequilibrado, em todos os aspectos, porque, principalmente, era eu mesmo o executor das ordens conscienciais, juiz, promotor, defensor, jurado, a um tempo, no tribunal inquisitório, pela injunção dos estudos jurídicos e pela pretensão de superior espírito de justiça.

Uma das primeiras noções que recordei das informações rejeitadas de Mercedes foi a relativa à preocupação de que deveria permanecer em sofrimento pelo período correspondente ao tempo de vida que desprezei. Sendo assim, iria ficar angustiado nas trevas, perseguido, vilipendiado, maltratado, por cerca de quarenta anos ou mais. Logo me assaltou a cisma de que, se o suicídio se tivesse dado vinte anos antes, seriam acrescentados esses anos ao sofrimento, o que me pareceu sobremodo injusto. Tal foi o raciocínio que trouxe da matéria e que não expus a mamãe, com medo de que o levasse a conhecimento dos comparsas (“sic”, para o pensamento da época) do centro espírita, os quais iriam chamar-me para integrar os círculos de discussões, o que estava completamente fora de cogitação.

Em todo caso, o sentido da conclusão, ou seja, a perspectiva de me ver injustiçado atiçou-me contra os desígnios do Pai, na formulação das perenais leis da existência.

Não me referi, na dissertação anterior, ao fato de ter em mente a reforma da natureza, para a facilitação do entendimento da realidade espiritual pelos encarnados? Pois, agora, defino essa manifestação como tendência psíquica, o que deságua, inequivocamente, no atoleiro dos defeitos, os da vaidade, do orgulho e do egoísmo, a comandarem a caterva dos vícios morais.

A só descoberta desse fio condutor da personalidade irá ser suficiente para a aplicação dos corretivos mentais? Absolutamente não, todavia, sem ela, como é que teria caracterizado o gérmen da doença psíquica?

Eis a proposta que vou conduzir aos companheiros (como já estou considerando-me, tanto coleguismo tenho encontrado nos corações que se afeiçoam a mim). A partir de agora, tenho o que oferecer, concretamente, para que se discutam os procedimentos regeneradores específicos, dado que os gerais todos conhecemos, pela benemerência do Mestre Jesus, que nos indicou os primeiros mandamentos, que não me custa repetir: “Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.”

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