Estou febril na luz dos sentidos,
o desejo cobriu o jardim da pele
cintila sobre o corpo como fogo,
toco as infindáveis coxas da paixão
e abrem-se janelas no teu sexo
enquanto me afundo no vácuo que me atrai,
pouso as mãos no fundo da água
a língua bifurca-se no fundo da garganta
repleta da seiva que surge da bruma,
quase sufocando no excesso da salíva
precipito o corpo para o interior incandescente
dos minerais que alimentam os casulos,
onde por entre acácias derramamos o sémem
que a carne alucinada perturba e maravilha.
O vento geme com força nas janelas
afogando os gritos que despejo dentro de ti.