Ele, o Sol entrou na minha casa como um senhor feudal.
Invadindo minha intimidade.
Sinto sua familiaridade todas as manhãs, ele começa nas pequenas brechas.
Aos pouco foi descendo lentamente até alcançar a cama.
Dos seus primeiros raios busco cobrir meu corpo.
Desfaço dos lençóis, de minhas vestes, para sentir ele todo no meu corpo nu.
Penso nele com amor.
Fico relaxada, solta, sobre total domínio de suas carícias.
Por ele me sinto possuída.
E dele também retiro toda a energia, nesses rápidos momentos.
Em seguida: lentamente, ele vai se distanciando de mim.
Eu vou lutando até os últimos momentos por sua presença, perpetuando sua estada ali.
Infelizmente ele se vai, me deixando sozinha novamente.
Penso: Devo levantar da cama, ou fico ali aquecida pelos nos lençóis frios.
Também no amanhã, se ele virá para aquecer-me.
Sinto-me inquieta após sua partida.
Ando pela casa vazia de seu calor, buscando um pequeno raio que sua presença.
Amado sol, não me abandone, assim tão duramente, fica um pouco mais.
O inverno pode esperar...eu não.
Que tua partida, não seja uma despedida dolorosa.
Que seja promessa de novos amanhãs.