Somente a poesia tem o poder de...
mexer e remexer,
com a essência do ser,
numa contageante viagem
de êxtase e mímese,
transformando criador em cria,
na magia do interpretar,
sem a peculiaridade do analisar.
Assim,
corpos e mentes se unem,
mesmo que distantes,
atemporais estados
de vários seres,
emocionais sem razão.;
racionais com tesão...
Nessa mistura,
de mãos e corações,
nascem verdadeiras raridades.
Brotam sementes,
se bem regadas,
germinam ótimos frutos,
invertendo o florir,
na fotossintática liberação
dos sentidos diurno e noturno,
entrelaçando vidas,
sexuadas ou assexuadas.;
todas molhadas,
seja pelo sereno da noite,
ou orvalhadas na alvorada...
Crescem ramos,
despontam talos,
arrepiam-se troncos e folhas,
deitam raízes em solos,
férteis ou não,
frutificando rés.;
embriagando marés.;
despertando damas
e ciantes jasmins
num transe incorpóreo...
Resta-nos aplaudir.
Enquanto:
Eles e Elas dançam.;
Nós cantamos em coro.;
Vós tocais instrumentos de sopro e cordas.;
Eu choro emocionado.;
Tu vibras bailante.;
Ele repete a cantata.;
Ela despe-se descalça.;
E, por fim, todos...