Desce a encosta,
véu nupcial diáfano
esvoaçando ao som de celestial canção.
Ave-marias, soberbas,
elevando-se no dia,
para rolar aos pés do homem-chão.
Há sobriedade,
êxtase,
magia etérea.
Dança de deusa enrodilhada
em sensual langor.
Virgem recém-violada
pelo primeiro e último
raio de sol ou do luar.
Contornos indefiníveis
emerge
e
sobressai-se
em curvas perceptíveis,
não ao simples mortal,
mas ao poeta sonhador.