Enquanto a areia teima em fazer cócegas
Em nossos pés,
Caminhamos, mãos entrelaçadas,
Como se juntas houvessem sido moldadas.
O horizonte é longe,
Mas não pretendemos alcançá-lo.
Só vislumbrá-lo já é magia.
E o compasso dos passos na areia,
Sob o mar azul,
Contrasta o vermelho esmaecido e
O céu de um azul já quase adormecendo
E acordando em nós, desejos indefinidos.
Mais adiante está o nosso destino.
Com a lua tão nua,
Quanto os viandantes,
Adentramos o mar,
Invadimos o espaço morno
De seres desconhecidos.
Mergulhamos em direção ao fundo
E lá,
Onde as águas confundem-se com os corpos,
Selamos nosso amor e nossa sorte
Com um beijo universal:
O que traz vida,
O que insinua morte.