Vejo-te no espelho imaginário de minha retina.;
na lente convergente que focaliza imagem indecente.;
no desejo estampido em rosto de menina,
e a cada rima que nasce um prazer querente.
Viajo-te, Lolita, em sonho e versos.
Navego enroscado em pelos loiros.
No lumaréu dia acordo inerte,
no refletir de imagens sem foco,
mas com um brilho castanho.
Quero-te, Lolita, apenas quero-te...
Sufocado pelo desejo,
esqueço o filme e a fita.
Esqueço-te de tudo e da vida,
só não te esqueço, Lolita.
Viajo em teus olhos ao encontro do desejo,
mas encontro o prazer até mesmo sem querer.
Teus olhos de ninfeta escondem o um segredo:
o medo de me fazer delirar...
Sou a noite que te obscurece.;
Sou a cantiga de amor.;
Sou a luz para o seu foco.;
Sou o silenciar da imagem,
que reflete o brilho de uma pequena estrela.
Sou a centelha e a ignição,
e quem quem sabe a tua paixão.
Tudo que meus olhos não viram
e gostariam de ver para não crer.
Ver o teus olhos, Lolita.
Apenas os olhos e depois...