Incrível era a voz que chamava.
Não era alta, nem baixa
tinha a medida
pra que eu escutasse perfeitamente.
Às vezes me chamava enquanto dormia,
outras vezes, enquanto estava perdida
em meus pensamentos.
Não me chamava pelo nome.
Só me chamava.
Havia muito, que as identidades
estavam perdidas.
Não existia eu e você,
eram apenas ele e ela.
A voz que era macia e quente
sussurrava palavras,
de amor e desejo
que me faziam levitar.
Ali, entre o sonho tão real,
e a realidade sonolenta,
escutava a voz a me chamar.
Chamava apenas em meus devaneios.
Chamava apenas no espaço
possível,
nas discretas brechas
que existem em sonhos tão reais.