Aquela cadeia de montanhas
Me dizia muito mais que apenas
Um aglomerado de morros baixos
E outros muito altos.
E quando o olhava de longe
Formavam a silueta de uma mulher.
Via nitidamente, os cabelos jogados
Para trás, depois a testa, nariz,
Boca, queixo...
Em seguida, dois montes formavam os seios,
E uma plataforma não muito reta,
Seria a barriga.
Já era mulher, de carnes fartas,
Exuberante!
Logo em seguida, a montanha mais alta
Lembrava sua perna dobrada.
Não sei se era apenas uma,
Não sei se era apenas o descanso,
Ou naquele instante, ela aguardava
Receber alguém, que viesse sobre ela,
Fazendo o contorno imóvel,
Ganhar vida.
Da varanda da casa
Eu me perdia em pensamentos
Sobre aquela mulher de pedra,
Que nem mulher era,
Apenas pedra.
Mulher apenas, em meus delírios,
Tão particulares.