Na noite,
mergulhada em sonhos indecentes,
chegava primeiro o teu perfume,
antes mesmo que a névoa
se dissipasse,
pra deixar ver tua imagem.
Sentia o corpo trêmulo
pela expectativa do momento.
Não demorava, pra que tua imagem
tomasse todo o quadrante
e o calor do teu corpo
tocasse meu corpo,
com a intimidade de costume.
Tuas mãos tateavam minhas formas,
meus cabelos, meu rosto,
até a chegada dos teus lábios nos meus.
O beijo aguardado, iniciava, tímido, a jornada,
a vasculhar milímetro a milímetro,
minha boca, até o meu céu.
a saliva era abundante,
enquanto minhas partes,
úmidas de desejo,
aguardavam tua chegada mais íntima.
Ainda por cima te tantas roupas,
sentia o pulsar do sexo teso,
à espera, pra mergulhar
no mais íntimo dos mundos,
o mundo das minhas entranhas
que aguardava sedenta,
despudorada, afoita e saudosa.
Ali, se misturavam dois universos,
duas histórias, duas vidas,
em milésimos de energia dispensada,
despejada no intenso gozo sobre o outro,
pra que cada qual guardasse
da melhor forma na memória,
para depois,
poder sonhar.