ERA QUASE RELIGIÃO.
TODAS ÀS TERÇAS, ELES SE ENCONTRAVAM À TARDE, ENQUANTO ELE TINHA AS FOLGAS COMO PROFESSOR, ELA FALTAVA AO ESTÁGIO, BASTANTE FLEXÍVEL, QUE FAZIA PARA TERMINAR O CURSO TÉCNICO, ALIÁS, NÃO SE SABE DE NENHUM ALUNO NAQUELA INSTITUIÇÃO QUE TENHA FEITO MAIS HORAS DE ESTÁGIO.
ELA ERA BOA NO QUE FAZIA, E NÃO SÓ EM SUA ÁREA, MAS EM TODAS AS DISCIPLINAS ONDE OS PROFESSORES PRECISASSEM DE DESENHOS, LÁ ESTAVA.
AINDA ESTÁVAMOS NA ERA DO MIMEÓGRAFO, E AQUELE CHEIRO DE ALCOOL LHE PENETRAVA AS NARINAS, DESDE A SALA DA COORDENAÇÃO, ATÉ O ESTÚDIO ONDE SE PERDIA NAS PRANCHETAS DE DESENHOS, DESDE PROJETOS DE PRÉDIOS, ATÉ DESENHOS DE PEQUENOS PARAFUSOS.
ELES SE ENCONTRAVAM TODOS OS DIAS PELA MANHÃ, ONDE ELE ERA SEU PROFESSOR. AQUELE OLHAR LHE DEIXAVA NUA, EM ÊXTASE, QUANDO APARECIA PELO CORREDOR COM SUA PILHA DE LIVROS NAS MÃOS E UMA CAIXINHA COM GIZ E APAGADOR. QUANTO A APRENDER A MATÉRIA, BEM, ISSO JÁ É OUTRA COISA. SEU AMOR COMEÇOU DESDE A PRIMEIRA VEZ QUE O VIU. NÃO ERA BONITO, MAS ERA EXTREMAMENTE VIRIL. SEU SORRISO LINDO, SEU OLHAR ENCANTADOR, PENETRAVAM SUA ALMA.
SE ENTREGARAM UM AO OUTRO SEM RESISTÊNCIA. NASCERAM PARA SE CONHECER E SE AMAR, DE UM JEITO SIMPLES, COMO SÃO SIMPLES OS MELHORES AMORES.
NÃO VIVERIAM JUNTOS, DISSO JÁ SE SABIA DESDE O INÍCIO.
VIVERAM COMO VIVEM OS MELHORES AMANTES, TENDO A CAMA COMO TESTEMUNHA,
SEM HOLOFOTES, APENAS O BRILHO INDIVIDUAL.
E DEIXARAM AS MARCAS GRAVADAS COM TANTA DELICADEZA, QUE NUNCA DEIXARAM DE SE AMAR.