Não foram poucas às vezes
Em que procurei teu rosto em outro rosto
E tua voz em outra voz,
A sussurrar meu nome bem baixinho
A gemer com meus carinhos.
Não foram poucas às vezes
Em que o gosto da saliva
Não correspondia ao teu gosto
E buscava em minhas papilas
Uma memória antiga que me fizesse
Sentir algum prazer.
Não foram poucas às vezes,
Em que a hora da penetração
Mais parecia invasão,
Por não ser teu, o membro que me visitava.
Não foram poucas às vezes
Em que na hora do gozo ,
De olhos fechados, formava tua imagem na retina,
Chegando com custo ao prazer
Agradecida pela fantasia.
Depois, exausta pelo esforço físico,
Além do mental, por buscar o prazer que me davas,
Pendia o corpo para o lado,
Na inútil tentativa de completar o orgasmo
Embalada pelo sonho,
onde sempre habitavas.