Me calo neste ato
de fato pra que palavras?
Pra que conversa? Só os olhos já falam
Já dizem o que queremos,
o que sentimos
o que pensamos neste momento
Nossos corpos em contato
dialogam mais que mil bocas,
nossas peles se arrepiam,
demonstrando nossa excitação
nossas linguas se duelam,
se enroscam, com lasciva, com furor
nosso êxtase constante, nos leva
nos conduz, nos reduz,
a um ser intenso, preponderante
não existe mais o lugar, o estar, o ficar
só o deleite, o desfrute, a satisfação
o desejo interminável, incontrolável
de nos amarmos, nos sugarmos, nos acabarmos
um no outro, um com o outro,
confortando nossas almas, com nossos corpos
num singular momento mágico de tesão e ternura
carinho e tortura, turbilhão de não sei o quê!
A dominar nossos seres, nosso ser,
eu e você, homem, mulher,
numa sinuosa viagem de excitação extrema,
como uma droga viciante, que nos prende,
nos satisfaz, nos martiriza, nos domina,
da qual nunca nos livraremos,
pois dela seremos eternos viciados, dependentes,
incapazes de vencermos este desejo
que nos aproxima, nos escraviza
seremos sempre eu e você,
amor e desejo, sexo ardente, e a sempre vontade,
de estarmos próximos, mesmo quando não podemos,
e fica aquele vazio, aquele vácuo, aquela saudade.
|