Eram tercetos, que transformei em crônica. E o texto ficou muito mais bonito e inquietante, o qual ofereço à mesma pessoa que o inspirou anteriormente. (Maria José Limeira)
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ABRAÇOS & ABRAÇOS
Maria José Limeira
(Ao Amigo e Poeta Fausto Rodrigues Valle)
Abraços apertados são amores calados, que nos reanimam.
Abraço no claro, ou no escuro. Aperto sem rumo e sem futuro.
Abraços safados, apertos dobrados. Que sufoco!
Abraço de longe, feliz e ousado. Bom-dia é respeito.
Tem abraço de mãe, de pai, irmão e amigo. Tem abraço perigo.
Abraço mais gostoso é de corpo inteiro, que roça de sexo a sexo.
Quando a gente abraça, toda tristeza se esgarça. O mundo se fantasia.
Abraço nunca fez mal, em época carnavalesca, fora de data e horário.
Abraço de despedida – que triste vida – rola saudade.
Abraço de retorno, festa de arromba que assombra, e não tem estorno.
Abraço enluarado, com o coração apertado. Que tesão!
Abraços curtos ou redobrados.
Abraços alados, cansaços.
Abraços. Abraços. Abraços...
(Do livro “Crônicas do amanhecer”).
Maria José Limeira é escritora e doce jornalista de João Pessoa-PB.