O corpo desmilingüido, fora do eixo
E essa máquina no leito
Sempre quente
Desejando toques
Com dedos te procuro, nem que seja somente no teclado.
És a fêmea sem gruta,
És o beijo incompleto,
sem língua e saliva.
E roço lente,
focando-te na distância
Sem ritmo e animação...
Nas costas e ancas,
que jamais seguro.
Nas curvas, na vulva
De finas querências,
Dispersas demências
Dos gozos suprimidos,
Em surdos zumbidos.
És seda, lona, fustão,
não me importa o tecido
Do lume de mim,
sobra-te em desejos...
Da dúvida.
És o repúdio do Falo.;
O correr de mãos
que não seguram
e braços que não abraçam...
A língua que não explora,
e se contorce única no céu da boca...
A cor da dor que vai embora
Do sem-tato tão desíntimo,
no tatear de mãos que pensam e agem...
No escancarado punho entreaberto,
Dos dentes carentes, que não mordem nem língua...
Quando cortinas se fecham abruptas os olhos do desejo,
ao homem não resta contemplar poeticamente o belo exposto em tela,
De solidão, entre lençóis.