Você só me provoca.
Depois, se intimida
E foge pra sua toca.
Você, sabonete !
Você, escamosa !
Você, entojada !
Você, vedete !
Você só me atiça
Depois, não se arrisca
E não se me entrega.
Você me chama,
Mas, não me espera
Quando a coisa
Acontecer periga
E fumega.
Você me fascina,
Me enfeitiça,
Depois, acelera o passo,
Corre, voa
E por dentro berra
Tomara que eu te pegue?
Qualquer dia,
Pode deixar,
Te pego de jeito
Sem escape.
Você me libera o Id
Depois me diz,
Que não era na disso
Que caí no fetiche
Que confundi
Amor com feitiço,
Que nada me disse.
Qual gata,
Você me açula,
Me acicata,
De amor me azula,
Me cutuca,
Depois, se arrepende
E choraminga
Com chororó
Quer me ver
Morrer à míngua.
A pão, banana
E a água, água,
Enquanto lhe trato
A pandeló.
Agora, basta
Não vou mais
Te ter dó.
Gatinha manhosa,
Vou prender de vez
Você no meu coração.
Chega de amargo giló !
---Gabriel da Fonseca
---Às Amigas; Kurita Kanibal Itinerante em C. Procópio em PR (Processo Revolucionário poético-musical), 28/08/07, 1017.
Gabriel da Fonseca
Publicado no Recanto das Letras em 12/06/2008
Código do texto: T1031406
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