No sono uma sereia se desdobra
É o olho, navio teu, que vela
O corpo de teu tritão, todo, vento
Nas ondas verdes de teu mar tão doce
Fundo da noite, arco da sereia
Pendula o peito do tritão, no ar
Pernas deflagradas para o amar
Atados braços, náufraga em teu rei
Na calmaria, súbitos mergulhos
Infindas flechas que o dizer esvai
Sob a Lua, sereia toda augúrios
Lançado às águas, tritão dobra, cai
Vai na sereia morar, seus barulhos
Bel canto de prazer dos corpos sai
(para Irene, minha sereia) |