Meus versos vagos,
sem nexo,
as vezes quentes
carentes e indecentes...
silentes...
ditam o ritmo de canções:
alegres ou tristes,
solitária e solidária,
de amor ou amigo,
escárnio e maldizer...
versos de poeta perdido
se encontrando com a Poesia.
Pus-me a esconder
mentiras e verdades,
inocência e safadeza
no curso da correnteza.
Recitando a premeditada canção
otimizada e dinâmica
notas de pé-de-página
gotejadas de desejos
saltitando linhas e entrelinhas
textos e subtextos
no eixo, mas sem rumo...
Desdobra-te ó Vênus
(Roendo e tremendo)
Engalanando meus delírios
soerguendo meu ego
com indizíveis palavras
numa mescla de verso e prosa
beijo-te ó Rosa...
Sim. Estou pronto para a abdução
mentiras do coração
que por si só já o é mentiroso
enganam a mente
que é a única portadora
da chave
ou de chaves-mestras...
Cada viagem tem um destino,
mesmo sem itinerário,
lágrimas as guardo no armário
da vida quero os sonhos,
os cantos,
os encantos,
os mantos,
os mantras,
os resquícios da noite e
o silêncio da madrugada
em cada palavras,
em cada gesto,
em cada carinho,
em cada toque,
a cada gozo.
E vou compor contigo
meio que perdido,
congelado e frio
que as rimas esquentam-me
mais que brancos versos
chamuscados
centeando a vida
curando ferida.
E o mundo?
Este somente
verá a fumaça
e se apropriará de maneira indébita
do calor de nossos corpos e versos
e tudo que conhecemos
são brasas que um dia há de perecer em cinzas
se não antes nos encontrarmos em Poesia,
ou com a Poesia...